IPCA-15 tem menor taxa em sete meses, mas acumulado segue acima de 6%

Índice que é considerado prévia da inflação oficial encostou no teto da meta oficial. Preços dos alimentos subiram menos, mas ainda foram responsáveis por 69% do resultado. Contas de luz ficaram 18% mais baratas nos dois últimos meses

O grupo Alimentação e Bebidas desacelerou, mas ainda teve alta significativa (Foto: José Cruz. Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15, “prévia” da inflação oficial, teve alta de 0,49% em março, a menor taxa desde setembro (0,48%), informou hoje (22) o IBGE. Mas o acumulado em 12 meses teve a sexta elevação seguida, atingindo 6,43%, ante 6,18% nos 12 meses imediatamente anteriores – o IPCA-15 de março do ano passado foi de 0,25%. É a maior taxa acumulada desde janeiro de 2012 (6,44%). O resultado do primeiro trimestre (2,06%) também ficou acima de igual período do ano passado (1,44%).

Segundo o instituto, o índice mensal menor deve-se, principalmente, ao grupo Educação, que, por efeito sazonal, havia subido 5,49% em fevereiro e foi a 0,50% neste mês. O grupo Despesas Pessoais também teve influência, ao passar de 1,15% para 0,51%, com os cigarros variando de 5,70% para 0,03%. Já o item empregado doméstico manteve-se em alta (1,53%).

“Outros quatro grupos de produtos e serviços (alimentação e bebidas, artigos de residência, transportes e saúde e cuidados pessoais) também mostraram desaceleração na taxa de crescimento de preços”, diz o IBGE.

O grupo Alimentação e Bebidas desacelerou (de 1,70% para 1,40%), mas ainda mantém alta significativa. Foi responsável por 0,34 ponto percentual (69%) do índice geral de março. “Vários produtos importantes na despesa das famílias ficaram mais caros, como o feijão carioca (11,68%), ovos(7,66%), farinha de trigo (6,33%), farinha de mandioca (5,72%), frutas (2,54%), macarrão (2,42%), frango (1,80%) e pão francês (1,77%), além da refeição fora (1,23%)”, informa o instituto.

O principal impacto individual no mês foi da gasolina (grupo Transportes): o preço do litro subiu 2,34%, ante 1,96% em fevereiro, e acabou responsável por 0,09 ponto percentual da taxa geral. No bimestre, acumulou alta de 4,35%, “resultado do reajuste de 6,60% no preço do litro nas distribuidoras em vigor a partir do dia 30 de janeiro”. Também ficou mais caro também o litro do etanol (variação de 3,89%) e do óleo diesel (3,16%). Mesmo assim, acrescenta o IBGE, a alta do grupo Transporte foi menor em março (0,32%, ante 0,46% no mês anterior), sob impacto da queda de 16,41% no preço das passagens aéreas.

Também tiveram variação menor os grupos Artigos de residência (de 0,82% para 0,40%) e Saúde e Cuidados pessoais (de 0,78% para 0,42%). Habitação foi de -2,17% para -0,70%. “Isto porque o valor da conta de energia elétricaficou 5,32% mais baixo em março, enquanto em fevereiro a queda chegou a 13,45%, o que significa que as contas ficaram 18,05% mais baratas nestes dois últimos meses como reflexo da redução de 18% no valor das tarifas em vigor a partir de 24 de janeiro.”

Ficaram acima do índice de fevereiro os grupos Vestuário (de 0,01% para 0,48%) e Comunicação (de 0,08% para 0,27%).

Entre as regiões, o maior resultado foi o de Fortaleza (0,87%), devido à alta de 2,18% nos preços dos alimentos. O menor foi registrado no Rio de Janeiro (0,25%). Na região metropolitana de São Paulo, que tem peso de quase 32% na taxa geral, o índice foi de 0,51%. Na variação acumulada em 12 meses, as três maiores taxas são das regiões Norte/Nordeste: Belém atinge 9,05%, Fortaleza vai a 8,37% e Recife, a 7,45%. A menor é de São Paulo (5,77%).

O IPCA e o INPC de março serão divulgados em 10 de abril.