Número de pessoas à procura de emprego superou criação de vagas no ano passado

 São Paulo – O mercado de trabalho não deixou de abrir vagas em 2012, mas a entrada de pessoas à procura de trabalho superou a quantidade de empregos criados, causando […]

 São Paulo – O mercado de trabalho não deixou de abrir vagas em 2012, mas a entrada de pessoas à procura de trabalho superou a quantidade de empregos criados, causando ligeiro aumento da taxa de desemprego, em uma situação de estabilidade, mostram os números divulgados hoje (30) pela Fundação Seade e pelo Dieese. “Foi um ano de muitas oscilações de humor”, observou o coordenador de análise do Seade, Alexandre Loloian. Para ele, não se pode dizer que foi um ano ruim. “Diante de um crescimento que não vai ser maior do que 1%, a ocupação ter crescido 1,2% (na região metropolitana de São Paulo) é muita coisa.”

No conjunto das regiões pesquisadas, o nível de ocupação cresceu 2%, com 384 mil pessoas empregadas a mais. No mesmo período, a PEA (população economicamente ativa) cresceu 2,1%, o correspondente a 449 mil pessoas a mais no mercado. Como a PEA cresceu acima da ocupação – ou seja, o número de gente no mercado de trabalho superou o total de vagas criadas – o número de desempregados cresceu em 65 mil (variação de 2,9%).

O resultado foi bem diferente dos períodos anteriores. De 2010 para 2011, a PEA não havia crescido e a ocupação subiu 1,6%. De 2009 para 2010, a PEA cresceu 1,4% e a ocupação, 3,9%.

Com alta de 3%, o setor de serviços sustentou o crescimento do emprego no ano passado, ao responder por 327 mil das 384 mil vagas. O maior aumento percentual (6%) foi da construção civil, que abriu 87 mil postos de trabalho. Comércio e reparação de veículos, com acréscimo de 18 mil vagas, teve expansão modesta, 0,5%. A indústria de transformação fechou 21 mil postos de trabalho, queda de 0,7%.

Entre as regiões metropolitanas pesquisadas, Recife teve alta de 5,1% na ocupação, com destaque para a construção civil (20,7%). Em seguida, Salvador registrou crescimento de 4,9%, também destacando o setor de construção, que subiu 8,3%.

Em São Paulo, o nível de ocupação subiu 1,2% – também abaixo da PEA (1,6%). Foram 113 mil empregos criados e 175 mil pessoas a mais no mercado, aumentando em 5,5% o número médio de desempregados no ano (mais 62 mil).

Ainda que em ritmo menor, manteve-se a tendência de crescimento da formalização, destacou Ana Maria Belavenuto, técnica do Dieese. O emprego com carteira assinada aumentou 4,1% de 2011 para 2012, acréscimo de 390 mil. Em São Paulo, a alta foi de 2,5% (126 mil a mais). Em dez anos, o emprego com carteira na maior região metropolitana do país aumentou 61% e o sem carteira caiu 88%.

Os técnicos acreditam que 2013 terá resultados mais significativos, mesmo ressalvando que o cenário ainda traz incertezas. “A nossa expectativa é deque  2013 seja melhor, mesmo com o arrefecimento das previsões”, diz Loloian.