Despesas pessoais e alimentos levam IPCA-15 à maior taxa mensal em dois anos

Índice de janeiro foi a 0,88%. Em 12 meses, inflação está acumulada em 6,02%

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, atingiu 0,88% em janeiro, maior taxa desde fevereiro de 2011 (0,97%), ante 0,69% em dezembro e 0,65% em janeiro do ano passado. Em 12 meses, a taxa está acumulada em 6,02%, também acima dos 12 meses imediatamente anteriores (5,78%). Os dados foram divulgados na manhã de hoje (23) pelo IBGE.

Dois grupos contribuiram com 61% da taxa de janeiro: Despesas Pessoais, cuja variação passou de 1,10%, em dezembro, para 1,80%, e Alimentação e Bebidas, que foi de 0,97% para 1,45%. Foram responsáveis por 0,19 e 0,35 ponto percentual, respectivamente.

Segundo o instituto, o ritmo mais intenso de crescimento dos alimentos deve-se à alta de itens importantes no orçamento familiar. São os casos de hortaliças (de 2,67% para 6,48%), feijão carioca (de -0,10% para 6,25%), tomate (de 0,72% para 6,02%), cebola (de -5,97% para 5,61%), frango (de 4,16% para 5,61%), frutas (de 1,27% para 2,22%), carnes (de 0,47% para 1,12%) e refeição fora do domicílio (de 0,58% para 0,95%).

No item despesas pessoais, a alta do cigarro foi de 2,66%, em dezembro, para 7,05% no primeiro mês de 2013. Outros destaques foram os custos com excursão  (de 12,15% para 16,18%), empregado doméstico (de 0,82% para 0,58%), cabeleireiro (de 0,49% para 0,97%) e manicure (1,83% para 1,53%).

O IBGE também apurou alta nos artigos de residência (de 0,11% para 0,45%), destacando as variações de eletrodomésticos (de 0,06% para 1,18%) e TV, som e informática (de -0,73% para 0,45%).

A variação também foi maior em Saúde e Cuidados Pessoais, que passou de 0,26% para 0,61%. Os preços dos remédios, que haviam caído 0,16% em dezembro, aumentaram 0,24%. Subiram ainda serviços médicos e dentários (de 0,28% para 1,22%) e produtos de higiene pessoal (de 0,24% para 0,74%). Em Educação, a taxa foi de 0,10% para 0,33%, com influência dos cursos regulares, que subiram 0,20% – refletindo, segundo o instituto, “os reajustes dos colégios da região metropolitana de Porto Alegre (2,62%)”.

Habitação teve o mesmo resultado de dezembro (0,74%). “Alguns itens continuaram em alta, como aluguel residencial (de 0,53% para 1,56%), condomínio (de 0,50% para 1,18%) e mão de obra para pequenos reparos (de 0,27% para 0,70%)”, informou o instituto. Mas o custo com energia elétrica foi menor: de 1,72% para 0,20%.

Com taxa menor nas passagens áereas (de 17,08% para 5,18%), o grupo Transporte passou de 0,71% para 0,68%. Aumentaram os custos com ônibus urbano (de 0,00% para 0,34%), intermunicipal (de 0,01% para 1,11%), automóvel novo (de 0,41% para 0,70%), etanol (de 1,46% para 2,20%) e gasolina (de 0,29% para 0,47%).

A taxa foi menor em artigos de vestuário, de 0,62% para 0,12%. A variação para o item roupa feminina passou de 0,69% para -0,48%.

Entre as áreas pesquisadas, o maior índice foi apurado na região metropolitana de Belém (1,24%), com impacto dos preços dos alimentos (2,36%). O menor foi o de Brasília (0,57%). Na região metropolitana de São Paulo, que tem quase 32% de peso no índice geral, a alta foi de 0,87%. O IPCA-15 também subiu mais de 1% no Rio de Janeiro (1,18%) e em Fortaleza (1,17%). A alta chegou a 0,93% em Goiânia e 0,91% em Recife. O índice atingiu 0,79% em Porto Alegre, 0,76% em Curitiba, 0,71% em Belo Horizonte e 0,63% em Salvador.

O IPCA de janeiro será divulgado no próximo dia 7.