Seis municípios concentram 25% do PIB em 2010, enquanto 1.325 ficam com 1%
Dados do IBGE mostram ainda que as economias de 35% das cidades brasileiras sobrevivem da atividade pública e da previdência social
Publicado 12/12/2012 - 10h28
São Paulo – Em 2010, seis cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus) concentravam 25% da renda brasileira, enquanto as 1.325 de menor participação relativa ficavam com 1%, segundo o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgado hoje (12) pelo IBGE. Segundo o instituto, considerados os 23 municípios com pelo menos 0,5% de participação, São Paulo e Rio recuaram, embora mantenham a liderança, com 11,8% e 5%, respectivamente. Vitória (0,7%) e São Bernardo do Campo (0,9%), no ABC paulista, aumentaram suas participações.
O IBGE lembra que as seis cidades responsáveis por aproximadamente 25% da riqueza brasileira são todas capitais e identificadas como concentradoras da atividade de serviços – com exceção de Manaus, que equilibra aquele setor com o industrial. Dos 5.565 municípios brasileiros, 1.980 (35,6%) tinham mais de um terço de sua economia “dependente da administração, saúde e educação públicas e seguridade social”.
Os seis municípios com 25% do PIB reuniam 13,7% da população. E as 1.325 cidades com 1% tinham 3,3%. Nesse segundo caso estavam 75% dos municípios do Piauí, 61,4% da Paraíba, 50,9% do Rio Grande do Norte e 48,9% de Tocantins.
Commodities
“Os principais movimentos observados em 2010 estão vinculados às commodities”, diz o instituto. “Enquanto alguns municípios tipicamente agrícolas experimentaram perdas de participação relativa, por conta dos baixos preços das commodities agrícolas, principalmente os grandes produtores de soja, os produtores de minérios, especialmente o minério de ferro, tiveram ganhos de participação.”
Na capital capixaba, por exemplo, o crescimento deveu-se principalmente à atividade extrativa mineral. “Em 2010 ocorreu forte recuperação da produção de pelotas de minério de ferro, fato que influenciou, também, no aumento de participação do segmento energia”, informa o IBGE. Em São Bernardo, o destaque foram a indústria automobilística e os ramos ligados à cadeia produtiva do setor, além da indústria de artigos de perfumaria e cosméticos.
Em São Paulo, os principais responsáveis pela perda de participação foram a indústria de transformação e o segmento de comércio e serviços de manutenção e reparação. Mesmo assim, nos últimos anos a maior cidade do país vem mantendo certa estabilidade: 11,9% em 2006, 12,1% em 2007, 11,8% em 2008, 12% em 2009 e 11,8% em 2010.
No Rio, a queda de participação (de 5,3%, em 2009, para 5% em 2010) se deveu ao segmento fabricação de máquinas e equpamentos utilizados na extração mineral e à construção. Segundo o IBGE, o município também perdeu participação “devido ao ganho da atividade extrativa mineral, atividade que não é típica da capital”.
Os municípios com maior PIB per capita tinham em comum a baixa densidade demográfica, relata o instituto. A cidade de São Francisco do Conde, na Bahia, com R$ 296,9 mil, abrigava a segunda maior refinaria em capacidade instalada no país, enquanto em Porto Real (RJ), com R$ 290,8 mil, está instalada uma fábrica de automóveis. O menor PIB per capita, de R$ 2.269,82, foi verificado em Curralinho (PA), município no arquipélago de Marajó que se sustentava “pela transferência de recursos federais”.
Cidades com pelo menos 1% do PIB em 2010:
MUNICÍPIOS | Participação (%) |
---|---|
São Paulo (SP) | 11,8 |
Rio de Janeiro (RJ) | 5,0 |
Brasília (DF) | 4,0 |
Belo Horizonte (MG) | 1,4 |
Curitiba (PR) | 1,4 |
Manaus (AM) | 1,3 |
Porto Alegre (RS) | 1,1 |
Campinas (SP) | 1,0 |
Fortaleza (CE) | 1,0 |
Guarulhos (SP) | 1,0 |
Osasco (SP) | 1,0 |
Salvador (BA) | 1,0 |
Fonte IBGE. Dados relativos ao ano de 2010