Mantega se diz surpreso com PIB, mas fala em recuperação, assim como Tombini

Para o ministro da Fazenda, os bancos demoraram a retomar os estímulos ao crédito, o que atrapalhou a economia (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom. Arquivo Agência Brasil) São Paulo – O […]

Para o ministro da Fazenda, os bancos demoraram a retomar os estímulos ao crédito, o que atrapalhou a economia (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom. Arquivo Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse estar “surpreso” com o resultado do PIB no terceiro trimestre, divulgado hoje (30) pelo IBGE, mas ainda assim afirmou que a economia está em trajetória de recuperação. “Ninguém acertou (o resultado). Acho que todo mundo se descuidou do setor de serviços. Mas posso afirmar que a economia está em trajetória de aquecimento, embora não tanto como gostaríamos”, declarou. Ele manteve a projeção de crescimento de 4% para a economia em 2013.

Segundo Mantega, as medidas de estímulo adotadas pelo governo vão surtir efeito nos próximos meses. Ele avalia que o mau desempenho do trimestre passado veio principalmente do setor de serviços, atingido pela atividade de intermediação financeira (-1,3%). Isso ocorreu, acrescentou, porque os bancos sentiram a queda dos spreads e não fizeram uma compensação por meio de concessão de crédito.

O PIB teve alta de 0,6% do segundo para o terceiro trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre, cresceu 0,9%. No acumulado em 12 meses, também subiu 0,9%. O crescimento do segundo trimestre foi revisado de 0,4% para 0,2%.

Para o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o crescimento do PIB “indica continuidade da recuperação da atividade econômica neste segundo semestre”. Ele afirmou, em nota, que a indústria e a agropecuária, “em certa medida”, mostraram reação aos estímulos “e a estabilidade do setor de serviços refletiu eventos que tendem a não se repetir”.

Tombini destacou que a demanda doméstica continuou sendo o principal suporte da economia, “com o consumo das famílias sendo estimulado pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda”. Por outro lado, acrescentou, “a lenta recuperação da confiança contribuiu para que, até o momento, os investimentos ainda não mostrem reação aos estímulos introduzidos na economia”.

Com base “nos sólidos” e no “mercado interno robusto”, que ele considera um diferencial da economia brasileira, o presidente do BC aposta em intensificação do ritmo de atividade no ano que vem, “mesmo diante de um ainda complexo ambiente internacional”.

Com informações da Reuters