Indústria ainda derrapou no terceiro trimestre, mas CNI espera reação

  São Paulo – A indústria brasileira fechou o terceiro trimestre sem a recuperação desejada para compensar o mau desempenho da primeira metade do ano, mas esboça alguns sinais de […]

 

São Paulo – A indústria brasileira fechou o terceiro trimestre sem a recuperação desejada para compensar o mau desempenho da primeira metade do ano, mas esboça alguns sinais de reação, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De janeiro a setembro, o faturamento cresceu 3,1%, enquanto as horas trabalhadas na produção recuaram 2% e a utilização da capacidade instalada caiu 1,2 ponto percentual. O nível de emprego ficou praticamente estável (-0,3%), e o rendimento médio real subiu 5,6%.Para a entidade, os efeitos da crise ainda atingem o Brasil e os resultados de algumas medidas implementadas pelo governo, como a redução do custo da energia, só serão sentidos no ano que vem.

Segundo o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, a atividade industrial aquém do esperado em setembro pode levar a entidade a revisar estimativa para o setor em 2012. Por enquanto, a previsão é de queda de 1,9%. “O ritmo de recuperação da indústria nestes”últimos meses não está ocorrendo como prevíamos, mas o lado bom é que não há indícios de reversão do processo de retomada.” A CNI prevê crescimento de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Mas aguarda a divulgação do resultado do terceiro trimestre, no próximo dia 30, para decidir se revisa ou não sua estimativa para a economia brasileira.

O desempenho varia bastante conforme o setor. O de papel e celulose, por exemplo, tem alta de 34,5% no faturamento e material elétrico e de comunicação sobe 18,5%. E o segmento de veículos automotores recua 2,9%. No item horas trabalhadas, 14 setores mostram queda e apenas cinco crescem. O ajuste, analisa a CNI, se deu principalmente pela redução das horas e não pelo emprego.

Na comparação de setembro com igual mês do ano passado, o faturamento cresceu em dez dos 19 setores pesquisados, com destaque para papel e celulose (20,8%), máquinas e equipamentos (15,1%) e madeira (10,9%). E as horas trabalhadas só aumentaram em quatro: edição e impressão (2,6%), borracha e plástica (2,4%), produtos químicos (1,5%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (0,1%). Com isso, aumenta a ociosidade: de 82,8% em setembro de 2011 para 82,1% agora, sem ajuste sazonal.

“O mercado de trabalho mostra uma situação bastante dividida setorialmente. Apenas metade dos setores registra aumento do emprego”, diz a CNI. O setor de vestuário tem alta de 1,8% no faturamento sobre setembro do ano passado, enquanto o emprego cresce 9,3% – no ano, esse alta é de 2,8%. Produtos de metal tem queda no emprego de 8% ante setembro de 2011 e de 7,2% no ano. O setor de veículos automotores cai 2,4% no mês e fica praticamente estável no acumulado do ano (-0,1%).