Série de indicadores mostra recuperação da economia brasileira

Crescimento do emprego, das vendas no varejo e do Índice de Atividade Econômica ficam acima do esperado pelo mercado

Feira de automóveis em São Paulo. Vendas no varejo em alta está entre os sinais de recuperação da economia do país (Rodrigo Viana/Reuters_

São Paulo – A economia brasileira cresceu mais do que o esperado em junho passado, indicando que a atividade já estava dando sinais de recuperação. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,75% no mês frente a maio, segundo dados dessazonalizados.

Trata-se da maior variação mensal desde março de 2011, quando a expansão ficou em 1,47%.

Levantamento da Reuters mostrou que o mercado esperava avanço de 0,7% em junho. As contas variaram entre 0,3% e 0,9%, segundo a mediana de 18 previsões.

Com o resultado de junho, o segundo trimestre encerrou com alta de 0,38% ante o primeiro, informou ainda o BC nesta sexta-feira. Neste caso, houve desaceleração sobre janeiro e março, que havia apresentado alta de 0,63% sobre o quarto trimestre de 2011.

O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia – serviços, indústria e agropecuária.

Após ter recuado 0,01% em maio ante abril, segundo dados revisados pelo BC, o IBC-Br voltou a mostrar força. O governo tem tomado diversas ações para estimular a economia, afetada pela crise internacional, e assumiu o discurso que ela vai acelerar o passo a partir do segundo semestre.

Nesta semana, outros dados econômicos já haviam mostrado sinais de recuperação, como as vendas no varejo brasileiro, que surpreenderam ao registrar alta de 1,5% em junho ante maio, muito acima da expectativa do mercado de recuo de 0,3%.

Outro sinal também foi dado na quinta-feira, com a criação de 142.496 postos de trabalho formal em julho, superando o desempenho de junho, quando a oferta de vagas foi de 120 mil empregos.

Mesmo assim, por enquanto, o mercado continua esperando que BC reduzirá em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros, para uma nova mínima histórica de 7,5% ao ano, nos próximos dias 28 e 29, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne, dando continuidade à sua ação para incentivar a economia. 

Em 12 meses, o avanço no IBC-Br em junho foi de 1,09%, enquanto que na comparação com o mesmo mês do ano passado houve alta de 1,54%.

No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,2% na comparação com os últimos três meses de 2011 e havia acendido o sinal de alerta. O mercado mantém sua previsão de crescimento neste ano firmemente abaixo de 2%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga em 31 de agosto os dados sobre a atividade no segundo trimestre.

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