Países da Unasul terão estratégias integradas para aproveitar diversidade energética ‘invejável’

São Paulo – Com o aumento da dependência energética entre vizinhos na América do Sul, os ministérios de energia dos países decidiram formular políticas que façam essa convergência de decisões, necessidades […]

São Paulo – Com o aumento da dependência energética entre vizinhos na América do Sul, os ministérios de energia dos países decidiram formular políticas que façam essa convergência de decisões, necessidades e parcerias entre os integrantes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Desde 2008, já foram realizadas 12 reuniões entre ministros e representantes dos governos nacionais para que se formalize um documento. O último encontro foi em junho deste ano, com a novidade de que a partir de agora haverá, em paralelo, uma discussão política e jurídica sobre os acordos que serão discutidos e, eventualmente, formalizados.

Francisco Romário Wojcicki, do Ministério do Minas e Energia e um dos representantes do Brasil no conselho da Unasul sobre energia, afirmou que a região sul-americana tem uma diversidade “invejável” e fez destaques aos recursos de Brasil, Peru e Colômbia quanto a hidroenergia, e a força da energia vinda da biomassa nos demais países.

“O que está sendo discutido são as linhas básicas do tratado, o plano de ação e sua estrutura. De modo a conseguir ver e discutir todos os pontos em comum e os divergentes”, afirmou Wojcicki durante um seminário realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele disse que a inserção nas discussões sob o aspecto político e jurídico é para comparar e consensuar pontos de relevância para cada um dos países.

O fortalecimento da estrutura energética, a transferência de tecnologia, a industrialização do setor energético, a organização dos aspectos regulatórios, o uso eficiente de energia e a discussão sobre impactos no meio ambiente estão entre os principais pontos que serão discutidos. “Sobre a questão da expansão das fronteiras, a ideia é discutir e mostrar que os outros países também têm problemas fronteiriços. Como nós temos na Amazônia”, finalizou.

A Unasul é uma comunidade formada por doze países sul-americanos: Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela.

Wojcicki não comentou sobre o entrave pelo qual passa o Paraguai, após ter seu presidente eleito, Fernando Lugo, deposto. Após a posse do vice, Federico Franco, o país foi suspenso do Mercosul e da Unasul, e ainda tem seu futuro incerto quanto à parceria regional. O Brasil é um importante aliado energético do Paraguai por conta da binacionalidade da Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Paraná.