Ata:Copom repete que cortes na Selic serão feitos com ‘parcimônia’

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a afirmar que futuras reduções na Selic terão de ser feitas com “parcimônia”, mesmo com a recuperação econômica ocorrendo de […]

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a afirmar que futuras reduções na Selic terão de ser feitas com “parcimônia”, mesmo com a recuperação econômica ocorrendo de maneira mais lenta.

“Mesmo considerando que a recuperação da atividade vem ocorrendo mais lentamente do que se antecipava, o Copom entende que, dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, qualquer movimento de flexibilização monetária adicional deve ser conduzido com parcimônia”, trouxe a ata do Copom publicada hoje (19).

Na semana passada, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, levando-a para a nova mínima histórica de 8%. Foi o oitavo corte seguido desde que o BC começou o processo de flexibilização monetária, em agosto passado, para estimular a cambaleante economia brasileira. No documento desta quinta-feira, o BC informou que a recuperação da atividade econômica doméstica vem se dando de forma “bastante gradual”, mas que seu cenário principal indica um “ritmo de atividade mais intenso neste semestre”.

O BC indicou, por outro lado, que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta. “Especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulos, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.” 

“A ata de hoje deixa a porta aberta à possibilidade de mais cortes (na Selic), além de agosto”, afirmou o economista-chefe da Raymond James, Mauricio Rosal. Última pesquisa Focus do BC, divulgada na segunda-feira (16), mostrou que o mercado espera mais um corte de 0,50 por cento na Selic em agosto, quando o Copom se reúne novamente, o que faria a taxa básica de juros do país encerrar o ano a 7,50%.

Atingida pela crise externa, a atividade não tem mostrado sinais de recuperação, mesmo com os diversos incentivos dados pelo governo. O próprio BC piorou suas projeções para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 3,5 para 2,5 por cento. O mercado é mais pessimista e calcula expansão de apenas 1,9 por cento para 2012.

Para o cenário externo, o BC informou que foram consolidadas as perspectivas de uma “atividade global mais moderada do que se antecipava”, mas pouco se alteraram as restrições expostas a economias maduras. E acrescentou que “neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação…e a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária”.

Na ata, o Copom informa que a projeção de inflação para 2012 reduziu-se em relação à reunião do comitê de maio “e se encontra em torno do valor central da meta de 4,5% (pelo IPCA)”, mesma perspectiva dada no documento anterior, publicado em junho.

Para 2013, o Copom salienta que a projeção para a inflação reduziu-se tanto no cenário de referência quanto no de mercado, mas ainda posicionam-se acima do centro da meta, também igual à ata anterior. O cenário de referência leva em consideração a taxa de câmbio de 2 dólares e a taxa Selic de 8,5 por cento ao ano.

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