Crise na Europa pode derrubar crescimento do Brasil, diz Mantega

Ministro da Fazenda foi à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado prestar esclarecimentos sobre mudanças na poupança, que, diz, é a melhor opção para pequenos aplicadores

O ministro Guido Mantega explica a senadores possíveis implicações no Brasil da crise do capitalismo na Europa (Foto: Antonio Cruz/ABr)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje (22) durante reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal que a crise europeia pode derrubar a previsão de crescimento do Brasil. O ministro também anunciou que o governo estuda medidas para reduzir a inadimplência e avaliou que a poupança continua sendo a melhor opção de investimento para pequenos e médios aplicadores.

De acordo com Mantega, a crise na zona do euro pode fazer com que a economia brasileira não cresça como o governo esperava em 2012. A redução, adiantou, pode ser de um ponto percentual, derrubando a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% para 3,5%.

“O crescimento do primeiro trimestre veio aquém do que esperávamos. Continuamos trabalhando com a certeza de que a economia vai crescer talvez não os 4,5% (projetados antes)”, afirmou, no dia seguinte ao anúncio de um pacote de medidas para estimular as vendas do setor automotivo. “Esse crescimento começa em maio e todas as medidas tomadas vão surtindo efeito.”

A queda se daria porque o mercado interno encolheria ainda mais. O ministro criticou ainda a estratégia da Europa de fazer ajustes fiscais em vez de estimular a economia. Se a Grécia abandonar o Euro de forma abrupta, prevê, poderá ocorrer uma crise bancária na região.

Guido Mantega foi convidado pelos parlamentares para esclarecer a recente mudança realizada pelo governo no regime das poupanças, cujos rendimentos agora se vincularão à taxa básica de juros do país – a Selic – sempre que esta cair para abaixo dos 8,5% ao ano. “Mesmo com as mudanças, a poupança continua sendo o melhor investimento para a população brasileira”, tranquilizou.

“A poupança era e continua sendo a aplicação mais interessante para os pequenos e médios aplicadores”, argumentou o ministro, para quem a nova base de cálculo não prejudicarão a população. “Tanto é que os depósitos aumentaram depois das mudanças.”

Mantega também anunciou que o governo poderá adotar medidas para reestruturar a inadimplência, que aumentou em alguns setores, mas não detalhou o teor das políticas a serem adotadas. O ministro explicou que a redução dos juros promovida pelo governo e o aumento do crédito deverão contribuir para a queda da inadimplência.

Com Agência Câmara, Agência Brasil e Reuters

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