Copom deve baixar taxa básica de juros, ativando nova regra sobre remuneração da poupança

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começa a discutir hoje (29) à tarde uma possível redução na taxa básica de juros da economia brasileira. […]

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começa a discutir hoje (29) à tarde uma possível redução na taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente, a chamada taxa Selic é de 9% ao ano. O último ajuste ocorreu em meados de abril. Será a quarta vez que o Copom se reúne para tratar do tema em 2012.

A Selic tem caído gradativamente em todas as reuniões do Copom, de agosto do ano passado para cá. As apostam têm girado em torno de um corte de meio ponto percentual na nova taxa, a ser anunciada amanhã (30), quando termina a segunda parte da reunião, que ocorre sempre em duas etapas, com intervalo médio de 45 dias.

O professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Rogério Mori acha que, além de a taxa cair para 8,5% nesta quarta-feira, “podem ser esperadas mais reduções” nas próximas reuniões do Copom.

Poupanças

Esta reunião ganha especial relevância porque, pela primeira vez, uma redução mais acentuada na Selic poderá influenciar no cálculo de remuneração da poupança. Isso graças à medida provisória editada pelo governo federal no começo de maio, que vinculou os juros das cadernetas à taxa básica da economia – mas só para quem começou a poupar no dia 4.

Até então, a remuneração da poupança seguia uma fórmula independente: Taxa Referencial (TR) mais 0,5% ao mês. Atualmente, isso significa um rendimento anual de 6,17%, mais a TR. Com a nova regra, os juros da poupança serão calculados de duas maneiras. Se a Selic for maior que 8,5% ao ano, tudo permanece igual: TR mais 0,5% ao mês. Porém, se a Selic for menor ou igual a 8,5%, os juros da poupança serão calculados da seguinte forma: 70% da Selic mais TR.

É exatamente o que pode ocorrer durante esta reunião do Copom. Até porque o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar as mudanças na caderneta, justificou: “O que o governo está fazendo é tirar uma barreira para o caso de o Banco Central resolver reduzir a Selic e beneficiar, assim, toda a economia brasileira com juros menores”.

A graduação da Selic é usada sempre sob a justificativa de controle da inflação. Mesmo com a projeção de inflação deste ano acima do centro da meta, de 4,5% (o Boletim Focus aponta 5,17%), o professor da FGV destaca que o governo parece disposto a assimilar uma inflação acima do centro para evitar que a economia brasileira fique mais aquecida. De acordo com o Banco Central, o saldo das poupanças no Brasil somava quase R$ 429 bilhões em março, em aproximadamente 100 milhões de cadernetas.

Com informações da Agência Brasil