Setor produtivo espera crescimento de 3,5% do PIB em 2012, diz Ipea

Sensor Econômico também mostra previsão de inflação de 5,3% e juros básicos a 9,5%

São Paulo – O Sensor Econômico, divulgado hoje (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que as 44 entidades ligadas ao setor produtivo do país projetam crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. O governo, diferentemente, prevê expansão de 4,5% para a economia.

O estudo mostra que a taxa de inflação prevista pelos participantes é de 5,3% para este ano. Já a meta do governo é de 4,5% com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Sobre a expectativa para a taxa básica de juros (Selic), as entidades preveem 9,5%, com espaço para mais uma redução, ante os 9,75% atuais. O Comitê de Política Monetária deixou claro na ata de sua última reunião, publicada em 15 de março, que a taxa ainda sofrerá nova redução nas próximas reuniões, caindo para próximo do mínimo histórico, de 8,75%.

Para as entidades consultadas pelo Ipea, o câmbio deve fechar o ano em R$ 1,75. O governo trabalha com a projeção de R$ 1,80. E sobre a geração de empregos formais, preveem 1,9 milhão ante 2 milhões esperados pelo governo.

Em relação às exportações, a previsão de resultado é de US$ 264 bilhões, que coincide com a meta do governo. Já para as importações, a projeção é de US$ 244 bilhões. 

“Aparentemente, o que nós podemos ler daqui, desse conjunto de informações, é que as medidas tomadas pelo governo não foram suficientes para que houvesse uma mudança nas expectativas do setor produtivo para que elas se aproximassem, digamos, do quadro mais otimista que o governo oferece”, disse o presidente do Ipea, Marcio Pochman.

De acordo com ele, o comportamento do PIB em 2011 também colaborou com a divergência de expectativas entre setor produtivo e governo. “Não temos uma convergência de expectativas porque há informações desencontradas. No ano passado, o PIB ficou bem aquém das estimativas, em geral, que faziam tanto o próprio governo quanto instituições de pesquisa, consultorias e, até mesmo, setor produtivo”, ressaltou.

Com informações da Agência Brasil