São Paulo – No primeiro mês do ano, a produção caiu 2,1% em relação a dezembro e recuou 3,4% na comparação com janeiro de 2011, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo IBGE. Foi a quinta queda seguida na base anual e a mais intensa desde setembro de 2009 (-7,6%). Em 12 meses, até janeiro, a atividade caiu 0,2%, na primeira variação negativa nessa base de comparação desde março de 2010. Segundo o instituto, a produção já vem em trajetória descendente desde outubro daquele ano.

Ainda em relação a janeiro do ano passado, o IBGE registrou um “perfil disseminado de resultados negativos”, com três das quatro categorias de uso e 14 das 27 atividades pesquisadas mostrando redução. O maior impacto negativo foi do setor de veículos automotores, que recuou 26,7%, “pressionado em grande parte pela queda na produção de aproximadamente 90% dos produtos investigados no setor, com destaque para a menor fabricação de caminhões, automóveis, caminhão-trator para reboques e semi-reboques e chassis com motor para ônibus e caminhões”. O IBGE ressaltou ainda as paralisações provocadas por férias coletivas em várias empresas do setor.

Os resultados divulgados pelo IBGE, reforçados pelos dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados ontem (variação de apenas 0,1% na indústria de transformação), levaram o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a se manifestar novamente por medidas de incentivo ao setor. “Todas as pesquisas, incluindo as do IBGE, mostram exatamente o que temos falado há bastante tempo sobre o processo de desindustrialização que o país está vivendo. Agora, só falta o governo tomar as medidas corretas para enfrentá-la. Hoje, o governo demonstra descaso com o setor produtivo”, afirmou.