Indústria de ferramentaria e molde se organiza para buscar crédito

Grupo de trabalho de São Bernardo e Diadema vai criar Arranjo Produtivo Local para ter acesso às linhas do BNDES e fazer frente à crise imposta pelas importações

Foi o terceiro encontro da equipe, que pretende em 10 dias elaborar seu regimento e se formalizar juridicamente (Foto: Valmir Franzoi/Prefeitura de SBC)

São Paulo – Integrantes do Grupo de Trabalho (GT) do setor de molde e ferramentaria reuniram-se na manhã desta quarta-feira (18,) na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, para costurar a criação do Arranjo Produtivo Local (APL). Coordenado pela secretária de Desenvolvimento Econômico de Diadema, Solange Ferrarezi, o coletivo conta com a participação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), do Senai, da Escola Politécnica da USP, da Fundação Getúlio Vargas, além do secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Turismo de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, que recepcionou o grupo.

Foi o terceiro encontro da equipe, que pretende em 10 dias elaborar seu regimento e se formalizar juridicamente com objetivo de buscar o fortalecimento da indústria nacional, por exemplo, pelo acesso às linhas de crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal instrumento de financiamento de longo prazo para investimentos. A discussão para criação da APL ocorre desde novembro do ano passado. 

Segundo o diretor de relações institucionais do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Nelsi Rodrigues da Silva, o Morcegão, a discussão visa a um novo modelo de desenvolvimento nacional, com inovação tecnológica. “O sindicato quer o fortalecimento dessa indústria. Precisamos manter e gerar empregos. Empregos de mais qualidade. Queremos fazer o produto no Brasil e não ficar reféns da importação das peças.” Morcegão lembrou a importância da ferramentaria para os mais variados setores. “Não se faz nada sem um molde. De um balde, na indústria plástica, às peças dos veículos, enfim, tudo.”

Segundo Jefferson Conceição, o setor tem sido muito prejudicado no país nos últimos anos por conta não só das importações mas devido à falta de atenção de governos anteriores. “Por isso, ações como essa, que temos efetuado em parceria com o poder público, empresários e entidades representativas, têm a proposta de reverter esse cenário”, disse.

O APL será constituído inicialmente entre São Bernardo e Diadema. No futuro, o tema será levado ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC, presidido pelo prefeito de Diadema, Mario Reali, que também acompanhou a reunião desta quarta.

Segundo a assessoria da Prefeitura de São Bernardo, o grupo pretende marcar gradativamente reuniões individuais com as montadoras e dialogar com setores de petróleo e gás, defesa e ferrovia e com empresas do segmento eólico, tecnologia da informação e linha branca.