Fiesp e centrais sindicais pedem medidas preventivas para indústria e empregos

São Paulo – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, considera positivo o atual panorama econômico do país, mas alerta que há sinais preocupantes […]

São Paulo – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, considera positivo o atual panorama econômico do país, mas alerta que há sinais preocupantes para o futuro. Segundo o dirigente, há um certo “descaso” com os setores produtivos do país. O executivo participou de encontro com dirigentes de centrais sindicais, na manhã desta quinta-feira (26), na sede da Fiesp, na capital paulista.

O evento contou com representantes de cinco centrais: Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT). As partes voltam a se reunir em 6 de fevereiro para definir a data de um ato público que terá como objetivo cobrar do governo medidas para conter o risco de desindustrialização.

“Os setores produtivos estão de mãos dadas para chamarem a atenção do governo, para que dê mais atenção à produção deste país”, reclamou Skaf. “Não temos muito o que comemorar, temos de tomar providências rápidas”, afirmou.

Mesmo reconhecendo que o país passa por um momento positivo para o mercado de trabalho – com 1,9 milhão de vagas formais criadas em 2011, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trablho –, os sindicalistas reclamaram da falta de empregos com qualidade.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, apontou o padrão das exportações brasileiras como fator complicador. Segundo ele, o atual modelo colabora para manter empregos de baixa qualificação no país. “Não podemos continuar exportando commodities e importando, por exemplo, trilho para as ferrovias”, disse Patah, que em setembro se filiou ao PSD (partido comandado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab).

Para o sindicalista, apesar da excelente avaliação do governo Dilma Rousseff (59% de ótimo e bom, segundo pesquisa do instituto Datafolha), o país está aquém de seu potencial produtivo. “O Brasil está se apresentando como um país maravilhoso e infelizmente nós sabemos que não é bem isso. O crescimento pífio do Brasil em relação ao da Índia e ao da China demonstra que nossa capacidade não é toda aquela não”, reclamou.

O presidente da Força, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT), também criticou o governo, especialmente sobre a taxa básica de juros, uma das mais altas do mundo (10,5% ao ano). “Estamos de acordo que a importação é uma coisa vergonhosa, desenfreada, que o desemprego começa a nos preocupar, que estamos com problemas nos juros, no câmbio”, destacou. Paulinho avalia que a manifestação que pretendem fazer será fundamental para “dar um tranco no governo”.