Para Copom, crise externa e superávit primário diminuem riscos de inflação

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) considera menores os riscos de retomada da inflação. Os principais motivos para a afirmação são a substancial deterioração […]

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) considera menores os riscos de retomada da inflação. Os principais motivos para a afirmação são a substancial deterioração do cenário internacional entre julho e agosto, além de considerar que está em curso um processo de consolidação fiscal no país. As análises foram incluídas na ata da última reunião do comitê, divulgada nesta quinta-feira (8).

No último dia 31, o comitê reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual para 12% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado financeiro, que esperava a manutenção da taxa.

Segundo o Copom, houve “reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos”, um cenário que deverá perdurar por ainda por um tempo. “O comitê entende que aumentaram as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado”, diz o documento

Para o comitê, o cenário internacional contribui para que haja redução da inflação no Brasil, que passa por um momento de moderação da atividade econômica, devido inclusive a ações de política econômica implantadas desde o fim do ano passado. “Dessa forma, o balanço de riscos para a inflação se torna mais favorável.”

Ainda segundo a ata, o recente aumento do superávit primário, economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública, também dificulta uma retomada da escala inflacionária. 

O Copom afirma esperar o cumprimento da nova meta de superávit primário – cerca de 3,15% do Produto Interno Bruto (PIB) -, sem descontos dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), este ano. Em 2012 e 2013, o BC estima que o superávit primário fique em torno de 3,10% do PIB, sem ajustes.

Para o Copom, os resultados fiscais previstos contribuem para “arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta”, o que gera inflação, e solidificarão a tendência de redução da razão dívida pública sobre produto [PIB]”.

Na ata, o comitê destaca “que o cenário central também contempla moderação na expansão no mercado de crédito, para a qual contribuem ações macroprudenciais e ações convencionais de política monetária [taxa Selic] recentemente adotadas”. O Copom considera, ainda, “oportuna” a decisão do governo de moderar os subsídios nas operações de crédito.

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Segundo a ata, as decisões futuras sobre a taxa Selic vão levar em consideração os mesmos aspectos que orientaram a reunião encerrada no dia 31.

Na avaliação do Copom, a transmissão da crise externa para a economia brasileira pode ocorrer por meio de diversos canais, como a “redução da corrente de comércio [exportações e importações], a moderação do fluxo de investimentos, condições de crédito mais restritivas e a piora no sentimento de consumidores e empresários”.

Com informações da Agência Brasil 

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