Juros do cheque especial sobem para 185,4% ao ano em maio, os mais altos desde abril de 1999

Brasília – A taxa de juros cobrada pelo uso do cheque especial em maio ficou em 185,4% ao ano, um aumento de 7,3 pontos percentuais em relação a abril, informou […]

Brasília – A taxa de juros cobrada pelo uso do cheque especial em maio ficou em 185,4% ao ano, um aumento de 7,3 pontos percentuais em relação a abril, informou nesta terça-feira (28) o Banco Central (BC). Essa é a taxa mais alta desde abril de 1999, quando os juros ficaram em 193,65% ao ano.

Os juros cobrados pelo cheque especial subiram, enquanto os de outras modalidades apresentaram redução. O crédito pessoal, incluídas operações com desconto em folha de pagamento, apresentou redução na taxa de 0,2 ponto percentual de abril para maio ao ficar em 49,7% ao ano. A taxa para a compra de veículos também caiu, passando de 30,9% para 30,4% ao ano.

Os juros médios cobrados das pessoas físicas ficaram estáveis de abril para maio em 46,8% ao ano. O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, destacou que a taxa de juros do cheque especial é “significativamente mais alta do que a média”. Segundo ele, essa alta de abril para maio era esperada por causa do aumento da inadimplência do crédito total, o que faz as pessoas recorrerem ao cheque especial, e também devido às elevações da taxa básica de juros, a Selic, neste ano.

Ao mesmo tempo, a taxa de juros média cobrada das pessoas físicas ficou estável de abril para maio, em 46,8% ao ano. Para as empresas (pessoas jurídicas), a taxa média teve uma pequena elevação de 0,1 ponto percentual e ficou em 31,1% ao ano, no período.

A inadimplência subiu tanto para empresas quanto para as pessoas físicas. A alta para as pessoas jurídicas foi 0,2 ponto percentual, para 3,9%. No caso das famílias, a alta foi 0,3 ponto percentual, para 6,4%. Maciel espera por redução da inadimplência ao longo do segundo semestre. “A perspectiva é que haja acomodação e reversão da inadimplência na medida em que a inflação mostre taxas menores e haja continuidade do crescimento do emprego e da renda”, disse. Segundo ele, as taxas de juros mais altas e o aumento da inflação comprometem a renda das famílias, o que leva à inflação. O diretor do BC lembrou que, com o crescimento do emprego e da renda, as pessoas passam a pagar suas dívidas.

De acordo com os dados do Banco Central, a taxa média de juros (empresas e famílias) subiu 0,1 ponto percentual, para 40% ao ano, a maior desde fevereiro de 2009. Para Maciel, o aumento da taxa média “é um movimento normal dado o ciclo monetário [aumento da taxa Selic] que estamos passado”.

Fonte: Agência Brasil.