Para Mantega, ‘vilões’ gasolina e etanol devem ficar mais baratos este mês

“Começou a safra, o preço do etanol ao produtor já caiu bastante e logo mais chegará à bomba de gasolina. Portanto, já teremos uma queda da gasolina e do etanol […]

“Começou a safra, o preço do etanol ao produtor já caiu bastante e logo mais chegará à bomba de gasolina. Portanto, já teremos uma queda da gasolina e do etanol a partir de maio” (Foto: Renato Araújo/ Agência Brasil)

São Paulo – Os preços da gasolina e do etanol já mostram queda, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele comemorou a perspectiva de baixa do combustível, porque o item é apontado como o “vilão” da inflação em abril. Mantega reconheceu que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)  divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda está alto, mas destacou que o resultado mostra tendência de queda da inflação.

“Começou a safra, o preço do etanol ao produtor já caiu bastante e logo mais chegará à bomba de gasolina. Portanto, já teremos uma queda da gasolina e do etanol a partir de maio”, comemorou. Outra boa notícia, lembrou o ministro, é que os preços das commodities – produtos básicos da agricultura e da mineração, o que inclui o petróleo e derivados – no mercado internacional estão caindo fortemente. Ele destacou que essa queda vinha sendo registrada nos últimos quatro dias e, na quinta-feira (5), houve uma redução no caso do petróleo, de 8,5%.

“O petróleo é um dos itens que mais inflacionam o índice de commodities mundial. A notícia é boa porque o conjunto de commodities, incluindo as metálicas e alimentares, caiu 4,5% só no dia de ontem”, ressaltou. Além da desaceleração do preço das commodities, consideradas uma das principais causas da inflação mundial e da brasileira, Mantega destacou o começo da safra no Brasil, que repercute no preço dos alimentos, como outro bom sinal para a queda da inflação. “Os preços estão caindo e aparecem no IPCA de abril. Daqui para a frente vão cair mais ainda”, afirmou.

Pior para trás

Mantega mostrou-se otimista com o resultado do IPCA. “Estamos no chamado ponto de inflexão, ou seja, revertendo, num momento em que muda a inflação para baixo”, disse. “O pior momento da inflação está passando e ficando para trás. Em abril e a partir de maio, os preços passarão a cair no Brasil de modo que a inflação estará sobre controle. Nós já poderemos respirar em maio, esperando uma inflação do IPCA em torno de 0,45% a 0,50%.”

Mantega também citou outro indicador importante para mostrar a tendência de queda da inflação, o Índice Geral de Preços (IGP). “O IGP é importante porque ele é o precursor do IPCA. Ele é o índice no atacado, na produção, depois ele chega ao consumidor”, destacou.

Para Mantega, o que importa para o governo é que a inflação voltou a cair e está sob controle. “O que interessa para nós é a inflação de janeiro a dezembro. Essa não vai passar do limite da meta, portanto é o que mais importa olhar para frente e não olhar para trás”, afirmou.

O ministro também reforçou as afirmações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que, na quinta-feira (5), em audiência pública na Câmara, garantiu que o governo não está se aproveitando da queda do dólar para combater a inflação, já que produtos importandos em excesso competem com os nacionais. “Nós temos dito, insistentemente, que nós não estamos deixando o câmbio se valorizar para baixar a inflação”, disse Mantega.

Ele afirmou que, na verdade, o governo acredita que pode combater os problemas cambiais – de alta do real e queda do dólar – com medidas que ajudem de certo modo a baixar a inflação. Isso porque parte do dólar que vinha para o Brasil era captada no exterior com taxas menores e direcionada para o crédito no mercado doméstico, que tem juros mais altos. Com mais crédito, o consumo se manteve em alta.

“A última onda de recursos externos que entraram no país foi pela tomada de empréstimos de bancos e de empresas, quando nós decidimos elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (para encarecer as operações de até dois anos). Portanto, essa entrada de dólares valorizava o real, mas inflacionava a economia”, explicou Mantega.

Fonte: Agência Brasil