Usado contra inflação, crédito mais caro não é ‘esporte preferido’ do governo, diz Mantega no Senado
Ministro defende política de desenvolvimento com inclusão social para criar 'ciclo virtuoso da economia'. Isso inclui a política de valorização do salário mínimo e os programas sociais
Publicado 03/05/2011 - 14h50
Aumento de juros e medidas que deixam empréstimos mais caros são necessárias para contar inflação, segundo o ministro da Fazenda (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Brasília – Ao responder a críticas de senadores sobre as medidas adotadas pela equipe econômica para reduzir o consumo e combater a inflação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que encarecer o crédito “não é o esporte preferido do governo”. Ele participou hoje (3) de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para falar sobre a economia brasileira e a troca de comando na companhia Vale.
Na reunião, o ministro defendeu a política de juros do Banco Central (BC), por considerá-la consistente. Segundo ele, o BC tem tomado medidas para combater a inflação com criatividade. “São medidas prudenciais. Agora, não é nosso esporte preferido encarecer o crédito, mas estamos usando várias armas para equilibrar a economia”, disse. De acordo com o ministro, muitos países têm combatido a inflação de forma constante, com várias medidas para mantê-la sob controle.
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Mantega defendeu ainda a política de valorização do salário mínimo adotada pelo governo. Segundo ele, uma das vantagens da atual política é que houve, junto com a melhoria das condições da classe média, uma desconcentração de renda da população. Na avaliação de Mantega, é importante para o governo manter uma política de desenvolvimento com inclusão social e com a criação de um “ciclo virtuoso da economia”. Ele destacou que o Executivo tem conseguido fazer isso. “Não desativamos programas sociais, nem mesmo diante da crise”, lembrou.
Na avaliação de Mantega, é importante para o governo manter uma política de desenvolvimento com inclusão social e a criação de um “ciclo virtuoso da economia”. Ele destacou que o Executivo tem conseguido fazer isso. “Não desativamos programas sociais, nem mesmo diante da crise”, lembrou.
Surto em emergentes
O ministro da Fazenda lembrou ainda que o “surto de inflação” é maior nos países emergentes porque eles têm um crescimento maior do que o observado em outras nações. Ele voltou a destacar que o problema é mundial.
Ele lembrou que a economia brasileira é uma das que mais devem crescer em 2011, enquanto o mundo está em lenta recuperação. Ele reiterou que o governo brasileiro tem conseguido manter os índices de inflação sob controle bem mais do que outros países em desenvolvimento como a Rússia e a Índia, que acumularam taxas de 9,4% e 8,8%, respectivamente, em 12 meses, de acordo com resultado apurado em março.
Mantega afirmou que o mundo está dividido entre os países avançados, que não superaram a crise e registram baixo crescimento, alto índice de desemprego, elevado déficit público e inflação alta, e os emergentes, que têm alto crescimento, baixo desemprego e equilíbrio fiscal.
Fonte: Agência Brasil