Com colheita de cana, preço do etanol deve cair, indica estudo

Após semanas em alta, valor do combustível dá sinais de queda; gasolina ainda sobe

Início da colheita já produz redução do preço cobrado pelo combustível no interior (Foto: Sérgio Morais/Reuters)

São Bernardo do Campo – Depois de atravessar uma escalada vertiginosa nos últimos meses, o preço do álcool combustível deve começar a cair neste mês para o consumidor. Apesar de ter um rendimento menor que o da gasolina e passar a maior parte do ano sendo mais econômico para o condutor, atualmente, o litro do etanol pode custar mais caro que o do derivado do petróleo na comparação entre postos de combustíveis na região do ABCD paulista, por exemplo.

O levantamento de preços realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostra que, em São Bernardo (SP), o valor mínimo cobrado pela gasolina é de R$ 2,449 por litro. No entanto, o valor do álcool chega a atingir R$ 2,499 em alguns estabelecimentos do município.

A expectativa de queda para os próximos meses no preço do etanol deve-se ao início do período de safra da cana-de-açúcar, que deve aumentar a oferta do produto no mercado e forçar o rebaixamento do valor do álcool. O último levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que o valor do álcool hidratado já recuou 5% em Paulínia, no Interior do Estado.

A elevação acentuada do preço do combustível neste ano foi causada pela preferência das usinas em transformar a cana em açúcar em vez de etanol, especialmente na entressafra, o que rendeu mais aos produtores. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR, José Antonio Gonzalez Garcia, confirma a preferência dos empresários. “Para os usineiros está mais interessante vender o açúcar para o mercado externo do que transformar a cana em etanol”, afirma.

A forte valorização do produto fez o preço do álcool anidro, que é adquirido e adicionado à gasolina pelas distribuidoras, elevar também o valor da gasolina. A pesquisa do Cepea mostra que o preço do álcool anidro continua em expansão. Só na semana passada o produto valorizou 7%.

Após insinuações de que fosse a responsável pela elevação no preço do combustível derivado do petróleo, a Petrobras se pronunciou por nota, informando que há 23 meses não reajusta o preço da gasolina em suas refinarias. A petrolífera confirma também que contribuirá para a elevação da produção nacional de etanol.

Fonte: ABCD Maior

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