Explosões de reatores em usinas nucleares no Japão provocam preocupações em Brasília

(Foto:Divulgação) São Paulo – Governo e oposição no Brasil reagiram às informações sobre riscos de vazamentos em usinas nucleares de energia elétrica no Japão. Após o terremoto e do maremoto […]

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São Paulo – Governo e oposição no Brasil reagiram às informações sobre riscos de vazamentos em usinas nucleares de energia elétrica no Japão. Após o terremoto e do maremoto no país asiático, países europeus anunciaram interrupção ou adiamento na instalação desse tipo de planta. A presidenta da República, Dilma Rousseff, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), demostraram preocupação com o tema.

“A presidenta está extremamente preocupada com os efeitos, inclusive aqui, sobre a nossa política, toda essa questão da energia atômica, a energia nuclear”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho a jornalistas nesta terça-feira (15). Ele participou, ao lado de Dilma, do lançamento do Fórum Direitos e Cidadania, no Palácio do Planalto.

Para Sarney, o mundo deve reavaliar o uso da energia nuclear como matriz energética. Ele defendeu, na segunda-feira (14), que apesar de o nível de segurança das usinas brasileiras ser bom, é necessário que cientistas analisem as vulnerabilidades existentes no sistema energético do país.

“É uma mudança muito séria na visão que vamos ter que ter em relação às usinas nucleares fornecedoras de energia”, opinou. O presidente do Senado lembrou ainda o episódio de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, considerado o maior acidente nuclear da história.

Duarte Nogueira anunciou que pretende propor ao próprio Sarney, na condição de presidente do Congresso, a criação de uma comissão mista para analisar e definir os critérios para a construção de usinas nucleares no Brasil. A ideia é fazer uma comissão com integrantes de partidos da base governista e da oposição. Para isso, Nogueira já conversou com outros parlamentares, especialmente aos ligados à área de meio ambiente, como o líder do PV, Sarney Filho (MA).

A preocupação é quanto à elaboração de um plano de contingência e segurança de novas usinas. A Constituição Federal de 1988 determina que a autorização para a construção de novas usinas deve ser por lei federal, passando, portanto, pelo Congresso Nacional. Desde então, nenhuma usina nuclear foi construída no país. Entretanto, há um plano para a construção de quatro unidades até 2030.

“O mundo todo, sobretudo com o episódio do Japão (que sofreu uma série de explosões na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi) vai fazer essa discussão. Não queremos entrar no mérito da qualidade de energia nuclear, da forma de obtenção, mas é uma coisa inexorável para o Brasil, que não vai poder abrir mão de nenhuma fonte de energia”, disse o líder.

O Brasil possui duas usinas nucleares em atividade, ambas em Angra dos Reis (RJ). Uma terceira central está em construção na mesma localidade e o governo tem planos de ampliar o parque atômico. A expectativa é de que nos próximos anos pelo menos duas novas nucleares sejam construídas no Nordeste. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o risco nuclear no Japão não levaria o Brasil a rever seus planos no setor.

Com informações da Reuters, Agência Brasil e Agência Senado

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