Mercado reduz projeção para o crescimento da economia este ano

Estimativa da inflação em 2011 volta a crescer

Brasília – Analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) reduziram a projeção para o crescimento da economia – Produto Interno Bruto (PIB) – neste ano de 4,60% para 4,50%. Para 2012, a estimativa permanece em 4,50%.

A expectativa para o crescimento da produção industrial, neste ano, permanece em 5%. As informações constam do Boletim Focus desta segunda-feira (14)

A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi ajustada de 39,09% para 39,20%, em 2011, e de 37,75% para 38%, no próximo ano.

A expectativa para a cotação do dólar ao final de 2011 caiu de R$ 1,73 para R$ 1,72. Para o fim de 2012, a projeção segue em R$ 1,80. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) foi ajustada de US$ 9,57 bilhões para US$ 10,03 bilhões, neste ano, e subiu de US$ 5 bilhões para US$ 7,35 bilhões, em 2012.

Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) a estimativa segue em US$ 67,49 bilhões, em 2011, e subiu de US$ 69 bilhões para US$ 69,3 bilhões, no próximo ano.

A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) segue em US$ 40 bilhões, neste ano, e em US$ 42,37 bilhões, em 2012.

Inflação

Os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) também elevaram – pela décima semana seguida – a estimativa para a inflação oficial neste ano. Segundo a pesquisa semanal, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,66% para 5,75%. Há quatro semanas, essa estimativa estava em 5,42%.

Para 2012, a projeção para o IPCA também subiu. Desta vez, de 4,61% para 4,70%. Há quatro semanas, a projeção para o índice no próximo ano estava no centro da meta de inflação de 4,5%. Essa meta de inflação, válida para 2011 e 2012, tem ainda margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite inferior é de 2,5% e o superior é de 6,5%.

Cabe ao BC perseguir a meta de inflação e o principal instrumento usado é a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,25% ao ano. Quando considera que a trajetória de inflação é de alta, o BC eleva a taxa de Selic.

Na avaliação dos analistas, a taxa Selic deve subir ao longo deste ano. Na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para março, a taxa deve ser elevada para 11,75% ao ano. Ao final de 2011, deve chegar a 12,50% ao ano, a mesma projeção há duas semanas. Para 2012, a expectativa é de redução, com a taxa ao final do período em 11,25% ao ano.

A pesquisa do BC também traz projeções para outros índices de inflação. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), neste ano, passou 5,43% para 5,47%. Para 2012, a estimativa subiu de 4,59% para 4,64%.

A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), neste ano, passou de 6% para 6,28%. Para 2012, subiu de 4,51% para 4,67%.

No caso do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), neste ano, a estimativa foi alterada de 6%
para 6,33%. Para 2012, a projeção também subiu, de 4,50% para 4,70%.

A estimativa dos analistas para os preços administrados permanece em 4,40%, em 2011, em em 4,50%, no próximo ano. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo, entre outros.