Governo quer detalhar corte no orçamento a tempo de influenciar Copom
São Paulo – O Ministério do Planejamento deve divulgar o detalhamento sobre os cores no Orçamento Geral da União (OGU) na próxima semana. Caso a expectativa se confirme, as informações […]
Publicado 23/02/2011 - 12h37
São Paulo – O Ministério do Planejamento deve divulgar o detalhamento sobre os cores no Orçamento Geral da União (OGU) na próxima semana. Caso a expectativa se confirme, as informações chegariam a tempo de influenciar na decisão sobre a taxa básica de juros – a Selic – na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para terça e quarta-feiras da semana que vem (1º e 2).
Há relatos de que, na reunião ministerial de janeiro, a presidenta Dilma Rousseff teria pedido que todas as pastas contribuissem para que os cortes estivessem definidos até segunda-feira (28). A informação de que o decreto, que mostra onde o governo está cortando, será divulgado no início da próxima semana foi confirmada pela assessoria do Ministério do Planejamento.
A intenção de sinalizar para o Banco Central e para o mercado financeiro que o país busca uma agenda de ajuste fiscal – ou de “austeridade”, como preferem economistas ligados a bancos – foi um dos motivos para a forma como o corte foi anunciado. No dia 9 de fevereiro, os ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Miriam Belchior, do Planejamento, prometeram a redução de despesas sem detalhes.
Inicialmente, a projeção era de que R$ 18 bilhões em emendas parlamentares seriam eliminadas para 2011 (no total, elas somam R$ 21 bilhões). Os parlamentares, no entanto, acreditam que ao longo do ano haverá um descongelamento desses valores.
Nas verbas dos ministérios, tamanho da redução varia. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, declarou à imprensa que a pasta perderia R$ 4 bilhões para o ano. A informação não foi confirmada.
Com informações da Reuters
- Aumento de capital permitirá que BNDES mantenha seus empréstimos em 2011, diz Coutinho
- Situação fiscal do Brasil está longe do caos, diz economista
- Mantega anuncia cortes de R$ 50 bilhões, mas poupa PAC e programas sociais
- Reservas internacionais do país ultrapassam a marca dos US$ 300 bilhões
- Para CUT, ajuste fiscal é ‘agenda dos derrotados’
- Governo propõe corte de R$ 8 bi do orçamento, mas exclui PAC e repasses
- Reduzir juros teria mais efeito sobre o câmbio do que ajuste fiscal, alerta Pochmann