Para ministro, país não tem estrutura para crescer 7,5% ao ano

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, vê período de arrefecimento superado

São Paulo – O forte crescimento econômico pode causar inflação e provocar um colapso da infraestrutura logística do país, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Para o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, o resultado no terceiro trimestre de 2010 do Produto Interno Bruto (PIB) mostra superação do período de arrefecimento da economia.

O PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país,  cresceu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. No segundo trimestre, o crescimento havia sido de 1,8%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a expansão do terceiro trimestre foi de 6,7%. O PIB acumulado do ano teve um crescimento de 8,4% em relação ao dos três primeiros trimestres de 2009. No acumulado dos 12 meses, a economia cresceu 7,5%.

Segundo Miguel Jorge, durante o lançamento do Novo Sistema de Exportação (Novoex), nesta quinta-feira (9), em Brasília, há espaço para mais aceleração na economia. “Acredito que seja razoável que tenhamos um crescimento entre 7% e 7,5%, mas o país não está preparado para isso”, disse o ministro, ao avaliar que o resultado desse crescimento “seria pressão inflacionária” e que “a logística teria problemas”. Para Miguel Jorge, “é melhor ter um crescimento entre 5% e 5,5%, mas totalmente sustentável”.

Sobre o aumento das importações, monitorado pelo Ministério do Desenvolvimento, Miguel Jorge não demonstrou preocupação. Ele ponderou que 70% das compras externas são de bens de capital, como máquinas, equipamento e insumos. Bens de consumo respondem pela menor parte das importações. Por isso, para o ministro, o aumento das importações é resultado das expectativas de crescimento da produção.

Meirelles, em nota à imprensa, avaliou o resultado como uma confirmação do diagnóstico do BC de que a economia brasileira caminha para um cenário de “equilíbrio de longo prazo”. Na quarta-feira (8), os diretores da autoridade monetária decidiram manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,75%, indicando que consideram baixo o risco de inflação em função do aquecimento da economia.

“A taxa de crescimento de 0,5% indica que está sendo superado ligeiro período de arrefecimento mais intenso, conforme sinalizado pela estabilidade do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) nos meses de abril a agosto”, expressou Meirelles. O presidente do BC acrescentou que “o fato de o investimento seguir apresentando desempenho bastante positivo indica que o bom momento da economia deve prosseguir ao longo dos próximos trimestres”.

Com informações da Agência Brasil

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