Nobel de economia diz que BCs dos EUA e Europa provocam caos no mundo

São Paulo – A política monetária extremamente expansionista do Federal Reserve e do Banco Central Europeu está criando o “caos” no mundo em vez de ajudar a recuperação global, disse […]

São Paulo – A política monetária extremamente expansionista do Federal Reserve e do Banco Central Europeu está criando o “caos” no mundo em vez de ajudar a recuperação global, disse na terça-feira (5) o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz. A liquidez abundante proporcionada pelo Fed e pelo BCE está trazendo instabilidade aos mercados de câmbio, acrescentou Stiglitz após palestra na Universidade de Columbia.

“A ironia é que o Fed está criando toda essa liquidez com a esperança de que isso vai ressuscitar a economia norte-americana”, afirmou Stiglitz, segundo a agência Reuters. “Isso não está fazendo nada pela economia, mas está causando o caos no resto do mundo. É uma política muito estranha.”

Sobre a a Europa, o economista advertiu a crise global seria prorrogada caso as autoridades das grandes economias do bloco insistam em implantar cortes de investimentos públicos – nas chamadas medidas de austeridade – para reduzir o déficit fiscal.

Stiglitz considera que a austeridade é “um desastre” como política para se superar a recessão. Ele considera que a região do euro deve sofrer mais problemas econômicos se os as autoridades estiverem falando sério sobre redução de despesas para tentar acalmar aos mercados financeiros.

EUA e Europa

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou, nesta quarta-feira (5), as projeções de crescimento econômico dos países. O crescimento econômico dos Estados Unidos será bem mais fraco neste ano e em 2011, e isso reduz as esperanças de alívio dos altos níveis de desemprego do país.

Em análise sobre o cenário econômico norte-americano, o FMI cortou para 2,6% a estimativa de crescimento em 2010, ante projeção de 3,3% anunciada em julho, e disse que o Produto Interno Bruto (PIB) subirá 2,3% por cento em 2011, ao invés dos 2,9% por cento previstos antes.

Já o crescimento da zona do euro recuperou-se fortemente no segundo trimestre, puxado por maiores investimentos e por um reabastecimento dos estoques, segundo a agência de estatísticas Eurostat.

A Grécia, abatida pela crise, foi o único país do bloco monetário a sofrer contração econômica, ainda que os números da Irlanda não estejam disponíveis. A Alemanha, maior economia da Europa, ajudou a aumentar o PIB geral, registrando 2,2% de expansão trimestral.

Economistas preveem que o crescimento da zona do euro desacelere no terceiro e no quarto trimestres do ano, com o impacto das medidas de austeridade ordenadas por muitos governos da região para evitar uma crise de dívida. As exportações à China e aos EUA também devem diminuir.

Com informações da Reuters