CNI apoia elevação do IOF para investimentos e defende outras medidas

Brasília – A decisão do governo de elevar de 2% para 4% a taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os investimentos estrangeiros em renda fixa no país é […]

Brasília – A decisão do governo de elevar de 2% para 4% a taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os investimentos estrangeiros em renda fixa no país é uma medida que tem efeito no curto prazo, sobre o câmbio, mas que precisa ser complementada com outras iniciativas, defendeu o secretário executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

Ele afirmou que em maio do ano passado o governo anunciou um conjunto de medidas para aumentar a competitividade da indústria, mas não implementou todas. É necessário, segundo Castelo Branco, tomar outras medidas de natureza tributária para melhorar a competitividade dos produtos brasileiros. Entre as medidas que beneficiariam o setor produtivo, ele cita: mais rapidez no ressarcimento de crédito, melhoria na área de logística e de transportes, redução de custos para o setor produtivo, inclusive quanto ao custo do capital para as empresas, e aumento na oferta de financiamento à indústria.

O economista lembrou que, ao dobrar a tributação de IOF sobre os investimentos estrangeiros, o governo “seguiu o que está sendo feito pelos outros grandes países”, com o objetivo de estancar os efeitos da especulação financeira por meio do câmbio. Nesse sentido ele lembrou medidas que estão sendo discutidas no Congresso dos Estados Unidos em relação à China, na área cambial. “No momento há muita liquidez de recursos no mercado internacional e o Brasil é um grande atrativo para investimentos. A entrada excessiva de capital estrangeiro poderia acelerar efeitos negativos sobre a competitividade dos produtos da indústria”, afirma.

A medida tomada ontem pelo Ministério da Fazenda, prevê Castelo Branco, não deve ser definitiva, mas vai servir para equilibrar a situação econômica.

Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que é cedo para avaliar se as medidas adotadas para conter a forte valorização do real ante o dólar estão surtindo efeito. “Calma. Não sejamos apressados. Vamos deixar a medida fazer efeito”, disse, na manhã desta terça (5).

Mais cedo, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações em renda fixa de investidores estrangeiros inibe a entrada de capital de curto prazo no Brasil e faz parte da estratégia de rolagem da dívida.