Para pagar juros da dívida, superávit primário chega a R$ 5,2 bilhões em agosto

Brasília – O setor público, formado pelos governos federal, estaduais e municipais, registrou superávit primário – economia feita para o pagamento de juros da dívida – de R$ 5,222 bilhões, […]

Brasília – O setor público, formado pelos governos federal, estaduais e municipais, registrou superávit primário – economia feita para o pagamento de juros da dívida – de R$ 5,222 bilhões, em agosto deste ano, informou hoje (29) o Banco Central (BC). O esforço foi pouco maior do que o registrado em igual mês de 2009 (US$ 5,042 bilhões).

O Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência) contribuiu com R$ 3,458 bilhões, enquanto os governos estaduais registraram superávit de R$ 1,146 bilhão. Os governos municipais apresentaram superávit primário de R$ 161 milhões. As empresas estatais, excluído o grupo Petrobras, registraram superávit primário de R$ 457 milhões.

O pagamento de juros chegou a R$ 15,698 bilhões, em agosto, contra R$ 13,204 bilhões registrados em igual período de 2009. O resultado primário é a diferença entre as receitas e as despesas, excluídos os juros da dívida pública. Ao serem incluídos os gastos com juros, tem-se o resultado nominal, que teve déficit de R$ 10,476 bilhões no mês passado, contra R$ 8,162 bilhões registrados em igual período de 2009.

De janeiro a agosto, o superávit primário ficou em R$ 47,781 bilhões ou 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. No mesmo período de 2009, o resultado primário ficou positivo em R$ 43,477 bilhões ou 2,14% do PIB. Em 12 meses encerrados no mês passado, o superávit primário ficou em R$ 68,822 bilhões ou 2,01% do PIB. A meta estabelecida pelo governo para o ano é de 3,3% do PIB.

No acumulado deste ano até agosto, o pagamento de juros somou R$ 123,796 bilhões, contra R$ 108,310 bilhões registrados em igual período de 2009. Na relação entre esse resultado e o PIB houve elevação de 0,2 ponto percentual neste ano (5,36%) na comparação com 2009 (5,34%).

“Essa trajetória foi influenciada pela elevação dos principais índices de preços acumulados no ano, que atualizam parcela significativa da dívida líquida, bem como pelo resultado favorável observado nas operações de swap [troca] cambial em 2009 [R$ 3,2 bilhões], sem contrapartida em 2010”, diz o relatório do BC.

O déficit nominal ficou em R$ 76,015 bilhões, de janeiro a agosto, contra R$ 64,833 bilhões nos oito meses do ano passado.

Dívida

A dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,417 trilhão em agosto, informou o Banco Central (BC). O valor corresponde a 41,4% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) –, percentual estável em relação a julho.

No ano, a relação entre dívida e PIB registrou queda de 1,4 ponto percentual. “Contribuíram para essa redução, principalmente, o superávit primário, com 1,4 ponto percentual do PIB e o efeito do crescimento do PIB corrente, com 3,5 ponto percentual. Em sentido contrário, o juros contribuíram para a elevação correspondente a 3,6 ponto percentual do PIB”, diz relatório do BC.

Fonte: Agência Brasil