Governo promete conter câmbio, mas não detalha medidas

Mantega afirma que país não vai ficar parado 'assistindo esse jogo', mas não detalha ações. Meirelles evita comentar ações futuras

Mantega diz que governo não vai ficar parado “assistindo” à desvalorização de moedas frente ao real (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comentaram, nesta quarta-feira (15), a possibilidade de adoção de medidas para conter a valorização do real. O câmbio se valorizou ante o dólar no último mês, criando expectativa de ações do governo para barrar a tendência.

Mantega expressou que o governo vai tomar “medidas para impedir que haja valorização do real”, mas não deu detalhes. Segundo o ministro, outros países estão desvalorizando suas moedas e o Brasil não vai ficar parado “assistindo a esse jogo”. “Eles (outros países) fazem políticas monetárias fracas para desvalorizarem suas moedas e exportar mais”, avaliou.

“Os países estão se movimentando. O Japão fez um movimento forte para impedir a valorização do iene… Parece que isso é algo orquestrado com outros asiáticos… Não são só os asiáticos que querem desvalorizar suas moedas. Estados Unidos e Europa também querem sair da crise econômica com exportação”, disse Mantega em evento no Rio de Janeiro.

Nesta quarta-feira, o Japão interveio no mercado cambial pela primeira vez em seis anos, para conter a alta do iene que ameaça sua frágil recuperação econômica. O dólar acumula queda de 2,8% ante o real em setembro e a expectativa é de que a moeda norte-americana tenha baixas adicionais com a entrada de recursos estrangeiros, por conta da capitalização da Petrobras.

Essa tendência tem alimentado a expectativa de que o BC volte a comprar dólares no mercado futuro – em uma operação chamada de “swap reverso”. Meirelles, no entanto, evitou falar sobre as medidas.

“Nós estamos sempre procurando sinais de desequilíbrios, bolhas etc, e sempre estamos alertas para que não haja desequilíbrios na economia”, afirmou Meirelles a jornalistas. Ele não comentou se o câmbio teria um desses desequilíbrios.

Com informações da Reuters