Governo promete conter câmbio, mas não detalha medidas
Mantega afirma que país não vai ficar parado 'assistindo esse jogo', mas não detalha ações. Meirelles evita comentar ações futuras
Publicado 15/09/2010 - 14h31
Mantega diz que governo não vai ficar parado “assistindo” à desvalorização de moedas frente ao real (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comentaram, nesta quarta-feira (15), a possibilidade de adoção de medidas para conter a valorização do real. O câmbio se valorizou ante o dólar no último mês, criando expectativa de ações do governo para barrar a tendência.
Mantega expressou que o governo vai tomar “medidas para impedir que haja valorização do real”, mas não deu detalhes. Segundo o ministro, outros países estão desvalorizando suas moedas e o Brasil não vai ficar parado “assistindo a esse jogo”. “Eles (outros países) fazem políticas monetárias fracas para desvalorizarem suas moedas e exportar mais”, avaliou.
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“Os países estão se movimentando. O Japão fez um movimento forte para impedir a valorização do iene… Parece que isso é algo orquestrado com outros asiáticos… Não são só os asiáticos que querem desvalorizar suas moedas. Estados Unidos e Europa também querem sair da crise econômica com exportação”, disse Mantega em evento no Rio de Janeiro.
Nesta quarta-feira, o Japão interveio no mercado cambial pela primeira vez em seis anos, para conter a alta do iene que ameaça sua frágil recuperação econômica. O dólar acumula queda de 2,8% ante o real em setembro e a expectativa é de que a moeda norte-americana tenha baixas adicionais com a entrada de recursos estrangeiros, por conta da capitalização da Petrobras.
Essa tendência tem alimentado a expectativa de que o BC volte a comprar dólares no mercado futuro – em uma operação chamada de “swap reverso”. Meirelles, no entanto, evitou falar sobre as medidas.
“Nós estamos sempre procurando sinais de desequilíbrios, bolhas etc, e sempre estamos alertas para que não haja desequilíbrios na economia”, afirmou Meirelles a jornalistas. Ele não comentou se o câmbio teria um desses desequilíbrios.
Com informações da Reuters