Crédito à pessoa física faz lucro do BB passar de R$ 5 bi no semestre

Consignado e financiamento de veículos e imóveis se destacam no balanço do BB

São Paulo – O patrimônio líquido do Banco do Brasil alcançou no segundo trimestre deste ano R$ 2,7 bilhões, evolução de 15,9% sobre o resultado do primeiro trimestre e de 16,1% sobre o mesmo período do ano anterior. O lucro líquido atingiu R$ 5,1 bilhões no semestre, resultado 26,5% maior do que o apurado no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (16), na capital paulista.

Segundo o presidente da instituição, Aldemir Bendine, o crescimento do lucro do banco faz parte de uma estratégia adotada no início do ano passado que inclui o destravamento do crédito do país. “O crédito é nossa especialidade e isso vem atrelado ao crescimento em outros segmentos e negócios ligados a uma melhoria da eficiência do Banco do Brasil”.

A carteira de crédito fechou o semestre com R$ 326,5 bilhões (+ 29,3% em 12 meses e + 6,9% no trimestre). A carteira doméstica cresceu 28,2% em um ano e 6,6% sobre o primeiro trimestre de 2010. O presidente do banco informou que o aumento da carteira de crédito se deveu ao crescimento do crédito à pessoa física, que superou os R$ 101,1 bilhões no final do segundo trimestre (47,7% de crescimento nos últimos doze meses e 6,3% no trimestre).

Bendine ressaltou que a internacionalização do BB, apesar de estratégica, ainda não deve refletir resultados significativos para o banco, apesar de ser um processo já iniciado com a entrada na Argentina e na África do Sul. “O lucro do banco com isso [operações fora do Brasil] no curto prazo vai ser muito tímido ou até inexpressivo. Mas eu prevejo que, no futuro, quando os grandes conglomerados brasileiros estiverem atuando fortemente fora do país, isso possa ser 10% do resultado de um grande banco brasileiro”, finalizou.

Consignado e imóveis

As operações de financiamento de veículos do Banco do Brasil cresceram 178,4% nos seis primeiros meses deste ano em relação ao segundo semestre de 2009, totalizando R$ 22,8 bilhões ao final de junho. “Cada vez mais o banco está se especializando em várias modalidades de crédito. Somos hoje muito fortes, por meio da parceria estabelecida com o Banco Votorantim, com o financiamento de veículos”, disse Bendine.

O crédito imobiliário, segundo Bendine, atingiu R$ 2,1 bilhões no semestre, com expansão de 84,9% em 12 meses. “De dois anos para cá passamos a atuar no crédito imobiliário e já somos o quinto banco nesse segmento, mesmo tendo começado há tão pouco tempo”, explicou Bendine.

Para a micro e pequena empresas os financiamentos cresceram 20% no semestre e 4,8% no trimestre, com saldo de R$ 47,4 bilhões.

Bendine ressaltou ainda que o crédito consignado cresceu 37,1% nos últimos 12 meses, chegando aos R$ 40,5 bilhões. “O crédito consignado é o nosso carro-chefe, onde temos possibilidade de oferecer aos nossos clientes o crédito mais barato do país”, disse.

Em relação aos índices de inadimplência, ele informou que houve queda nas operações vencidas há mais de 90 dias, representando 2,7% da carteira de crédito, enquanto o Sistema Financeiro Nacional (SFN) registrou inadimplência de 3,7%. “Quando há uma economia sólida que vem crescendo e se faz um trabalho forte em crédito, nós apostamos teremos uma inadimplência decrescente. Isso também se deve à própria composição da carteira de crédito dos bancos, que hoje estão trabalhando em linhas onde a taxa de risco é menor”.

As receitas financeiras do Banco do Brasil (BB) totalizaram R$ 36,8 bilhões no primeiro semestre deste ano, 23,4% a mais do que no mesmo período do ano anterior, ainda de acordo com o balanço. Desse total, as receitas provenientes do crédito somaram R$ 24,3 bilhões ante R$ 18,5 bilhões do primeiro semestre de 2009, o que resultou em uma expansão de 31,7%. Os ativos totais do banco somaram R$ 755,7 bilhões, 26,2% a mais do que no primeiro semestre do 2009 e 4,3% ante o trimestre anterior.

Fonte: Agência Brasil