BNDES cobra mais rapidez na oferta de crédito privado de longo prazo

Coutinho explica que 86% do crédito com mais de cinco anos no Brasil são oferecidos pelo setor público (Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil) São Paulo – O presidente do Banco Nacional […]

Coutinho explica que 86% do crédito com mais de cinco anos no Brasil são oferecidos pelo setor público (Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil)

São Paulo – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, reiterou nesta sexta-feira (26) a necessidade de estimular o alongamento do crédito concedido por bancos privados. Segundo ele, “agigantar” o BNDES para que continue responsável pela ampla maioria do crédito com mais de cinco anos no país não é uma opção “desejável”.

“É um processo gradual. Mas é um gradualismo que até agora está sendo lento demais. Temos que pôr um pé nesse acelerador”, afirmou Coutinho em palestra promovida pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia afirmado que o governo deve apresentar em um mês um programa para incentivar o aumento das fontes de financiamento ao setor privado.

Segundo Coutinho, entre 86% e 87% do crédito com mais de cinco anos no Brasil são oferecidos pelo setor público federal, ou seja, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Além disso, mesmo o restante oferecido por bancos privados é em parte oriundo de repasses de linhas do próprio BNDES.

“Hoje vivemos uma situação anômala em que poupança com liquidez diária e zero de risco, porque está lastreado no papel público, oferece uma remuneração muito mais alta do que o papel de longo prazo”, afirmou. Ele não especificou as medidas em discussão no governo nesse sentido, mas afirmou que o desenvolvimento do crédito privado é fundamental para a continuidade da expansão das taxas de investimento e, consequentemente, no Brasil.

“Tem muitas medidas sendo estudadas. Tem medidas que são só no âmbito entre BNDES e o mercado; essas estão bastante avançadas. E tem outras medidas que têm a ver com mudanças de tributação, mudanças regulatórias, que ainda estão em análise”, disse, sem dar um prazo para o anúncio das alterações.

BNDES e Petrobras

Sobre a capitalização do BNDES anunciada nesta sexta-feira com a transferência de ações ordinárias da Petrobras pela União ao banco de fomento, Coutinho disse que é uma operação normal que reforça o capital do banco e amplia o seu patrimônio de referência. “(A operação) permite que (o BNDES) continue operando sem nenhum estresse sob a regra da Basileia”, disse.

Ele negou que a operação tenha o intuito de fortalecer a participação do BNDES na oferta primária de ações da Petrobras, prevista para setembro. Um decreto autorizou o BNDES e a Caixa a promoverem aumentos em seu capital social em 4,5 bilhões de reais e 2,5 bilhões de reais, respectivamente, por meio da transferência de ações da Petrobras excedentes à manutenção do controle acionário da União.

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