Inflação atinge a menor taxa dos últimos sete meses

São Paulo – A queda nos gastos com alimentação e transporte levaram o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) a fechar o mês de maio com alta de 0,21%, […]

São Paulo – A queda nos gastos com alimentação e transporte levaram o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) a fechar o mês de maio com alta de 0,21%, bem abaixo do apurado no período anterior (0,47%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Foi a menor taxa desde a segunda semana de novembro do ano passado, quando o IPC-S havia alcançado 0,20%, segundo a entidade.

No grupo alimentação foi constatada redução de 0,34% ante uma alta de 0,52% e os principais itens que ajudaram nesse resultado foram hortaliças e legumes, com intensificação da queda passando de -2,34% para -5,80%.

Outros componentes apresentaram diminuição na velocidade de alta: laticínios (de 2,64% para 1,57%); feijão e arroz (de 6,39% para 4,56%) e carnes bovinas (de l,99% para 1,03%).Em transportes ocorreu a terceira queda seguida (-0,18%) ante -0,11% e -0,04%, com destaque para o preço da gasolina, que passou de -0,61% para -0,47%.

Três grupos tiveram decréscimos: saúde e cuidados pessoais (de 0,74% para 0,58%); educação, leitura e recreação (de 0,23% para 0,17%) e despesas diversas (de 0,39% para 0,36%). Os dois restantes apresentaram aumentos: habitação (de 0,60% para 0,65%) e vestuário de 0,82% para 0,99%).

Os principais itens em alta foram: tarifa de energia elétrica residencial (de l,50% para l,78%); mamão papaia (de 8,01% para 9,88%), cebola (de 10,15% para 12,75%), feijão carioquinha (de 19,63% para 12,69%) e condomínio residencial (de 0,86% para 1,06%).

Em sentido inverso caíram os preços do tomate (de -25,46% para -29,85%);álcool combustível (de -5,31% para -6,16%); açúcar refinado (de -2,87% para -4,30%), alface (de -4,10% para -6,28%) e pimentão (de -8,05% para -10,15%).

Estabilização

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Fundação Getulio Vargas, Paulo Picchetti, prevê a estabilização inflacionária para os próximos meses. Para ele, em junho, a taxa deva se situar próximo de 0,30% ante 0,21%, no fechamento de maio.

“Apesar de ser uma previsão sujeita a mudanças por causa da grande volatilidade de preços dos alimentos, não deveremos ter preços tão altos quanto no começo do ano nem [resultado] tão baixo como esse de maio”, afirmou ele.

O economista disse que já se esperava o declínio no movimento dos preços e que, no começo do ano, houve “um forte choque” com a alta dos preços de hortaliças e legumes, daí ser natural que a redução em maio, depois de quatro meses. Segundo ele, daqui para a frente, a taxa não deve continuar caindo.

O economista observou que a queda de preços dos combustíveis, principalmente, pela maior oferta de álcool combustível com a entrada da safra no mercado, também ajudou a reduzir o movimento de inflação.