Meirelles prepara terreno para aumento de juros

Reunião do Copom nesta semana deve elevar taxa de juros de 0,5 a 0,75 ponto percentual

Meirelles “diverte-se” com análises sobre motivações do Copom (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)

São Paulo – Antes do início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou que não houve nem haverá mudanças na administração da instituição. Na posse do novo diretor de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira da Silva, ele reiterou que a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic) é técnica e segue os mesmos critérios.

A expectativa do mercado financeiro de de analistas independentes é de que os juros aumentem em 0,5 a 0,75 ponto percentual, atingindo 9,5% ao ano. Nos últimos dias, cresceram as apostas em uma elevação maior em função de declarações de Meirelles prometendo rigor e de um encontro do presidente da autoridade monetária com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Na posse do novo diretor ele repetiu a dose. “O objetivo do comitê tem sido colocar a inflação na meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, dentro da autonomia operacional concedida pelo presidente da República”, declarou.

Ele enfatizou que o Brasil está obtendo reconhecimento internacional pelo fato de ter saído forte da crise financeira internacional, com bom exemplo de regulamentação prudencial e estabilidade de preços. “Aos poucos, a estabilidade de preços começa de fato a se tornar um valor nacional. Ao longo dos últimos sete anos, o Banco Central do Brasil, com seriedade e rigor, tem pautado suas decisões de política monetária por critérios estritamente técnicos”.

O presidente do BC criticou textos sobre a dinâmica de ação do Copom. Meirelles afirmou que orientou um diretor da instituição a ler e se divertir com textos considerados como peça de ficção literária. “Leve a sério os comentários sérios e informações sérias”, acrescentou.

“Busca-se, muitas vezes, mesmo para medidas bem sucedidas, motivações negativas. Uma decisão foi por motivação política. Outra foi para ganhar ou recuperar credibilidade, quando na verdade a credibilidade do Banco Central do Brasil é hoje reconhecida mundialmente”, atirou. “O Banco Central do Brasil não precisa provar nada para ninguém”, sustentou.

Transparência

O novo diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, espera que o Brasil se insira de maneira cada vez mais construtiva em fóruns internacionais, como o de Estabilidade Financeira e o G20.

Segundo o ele, a transparência no registro de operações financeiras é um dos temas a serem debatidos. Também é importante para Awazu o debate sobre o nível adequado de capital em face de riscos de operações financeiras, e também sobre a melhor transparência das instituições para os clientes.

Awazu também afirmou que espera “contribuir com clareza técnica, ponderação e também com total firmeza e rigor no combate à inflação que é um consenso de governo”, afirmou, ao tomar posse nesta terça-feira (27) no BC.

Com informações da Agência Brasil

 

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