Lula afirma que empresários com medo são culpados por resultado do PIB

Presidente considera que algumas pessoas estão felizes porque economia teve retração, mas lembra que desempenho brasileiro foi muito melhor que a média mundial

O presidente Lula pensa que as pessoas que torcem contra ele conseguiram soltar o sorriso com a retração do PIB (Foto: Ricardo Stuckert. Presidência)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta sexta-feira (12) as críticas ao desempenho da economia brasileira, que em 2009, sob reflexo da crise econômica global, teve retração de 0,2%. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi o sexto melhor entre as 20 principais nações do mundo.

A primeira queda anual desde que a série do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve início, em 1996, ficou dentro do projeto por analistas e aponta para uma estimativa de crescimento de 5,7% em 2010, projeção reforçada pela recuperação demonstrada no último trimestre do ano passado, com expansão do PIB em 2%. “O que aconteceu no Brasil, e nós sabemos que aconteceu de uma forma brusca (…), foi que alguns setores empresariais ficaram com muito medo e deram um cavalo de pau nos seus investimentos”, argumentou o presidente, que voltou a lembrar que a crise econômica não foi tão fortemente sentida no Brasil como nos Estados Unidos e na Europa.

“Eu vi a cara de algumas pessoas na televisão falando do PIB. Alguns tinham até a ponta de um sorriso: ‘finalmente nós pegamos o Lula porque o PIB dele não cresceu'”, criticou durante discurso na cerimônia de conclusão da primeira etapa das obras de ampliação e modernização da Refinaria Getúlio Vargas (Repar) e inauguração da sua unidade de propeno, em Araucária (PR).

Candidato

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) manteve o tom de campanha ao comentar os rumos da economia brasileira. Ainda indeciso sobre a candidatura ao governo de São Paulo ou à Presidência, o parlamentar voltou a apontar que é apoiador de Lula, mas que tem fortes divergências em relação à política econômica atual.

Para Ciro Gomes, há problemas nas políticas cambial e monetária. “Hoje há uma clara descoordenação entre as duas políticas. Os nossos juros são exorbitantes e o mundo inteiro vem para cá… A China trabalha com um câmbio que favorece as suas exportação e o Brasil favorece as suas importações. O Brasil está erodindo de forma selvagem seu balanço de pagamentos. Uma erosão nas contas externas que semeia um problema grave para o futuro próximo”, disse.

Sobre sua candidatura, o deputado considera remotíssimas as chances de que concorra ao governo de São Paulo, apontando que se preparou durante os últimos doze anos para disputar o Planalto.

Com informações da Reuters