Preocupação com a saúde motiva o consumidor

Valor nutricional do alimento orgânico depende de manuseio correto, diz pesquisador da Embrapa (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil) Brasília – A preocupação com a saúde e com o impacto ambiental […]

Valor nutricional do alimento orgânico depende de manuseio correto, diz pesquisador da Embrapa (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil)

Brasília – A preocupação com a saúde e com o impacto ambiental é o principal fator que leva o consumidor a buscar produtos orgânicos. É o que aponta o pesquisador Francisco Vilela Resende, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Unidade Embrapa Hortaliças.

Resende diz que o interesse em alimentos sem resíduos de agrotóxicos e de produtos químicos é cada vez maior. Ele ressalta, porém, que não existem pesquisas conclusivas da Embrapa comparando a quantidade de nutrientes e sais minerais nos alimentos orgânicos e nos convencionais. Algumas pesquisas da empresa, no entanto, mostram que os orgânicos têm mais vitamina C e antioxidantes.

O pesquisador explica que o método de produção do alimento também influencia na qualidade nutricional. “Se você tem um alimento produzido em sistema orgânico, que tem maior qualidade agregada, mas não é manuseado de forma correta, ele vai perder qualidade.”

Além disso, a comparação entre orgânicos e convencionais deveria ser feita com alimentos produzidos na mesma área, mas, de acordo com Resende, é impossível produzir os dois tipos de alimento no mesmo terreno.

Para os consumidores, não é apenas a ausência de agrotóxicos que determina a preferência por orgânicos. Eles também destacam a durabilidade e o sabor diferenciado dos alimentos. “Duram muito mais, são mais saborosos, mais crocantes e têm melhor textura”, afirma a consumidora Teresa Cristina Oliveira, de Brasília.

“Consumo orgânicos porque sou agrônoma e sei o mal que fazem os agrotóxicos, não só para quem consome, mas também para a natureza em geral”, diz Muriel Saragoussi, que aderiu aos orgânicos há 20 anos.

Na casa do militar Fábio de Matos, só se consomem alimentos orgânicos. Ele percorre quatro lugares todo os sábados para compor a feira da semana. Matos diz que sua saúde melhorou desde que começou a consumir alimentos orgânicos, há quatro anos.

“Concluí que talvez as doenças que aparecem na televisão fossem por causa de alguma coisa que as pessoas estavam consumindo. A gente sabe que a má alimentação causa um monte de problemas. Eu percebi claramente que minha saúde melhorou.”

No dia a dia, alguns consumidores combinam produtos orgânicos com alimentos convencionais, como a professora Kátia Cardoso. “Não dá para fugir totalmente (dos produtos convencionais). Nem todas as frutas são orgânicas”, diz.

De acordo com o pesquisador Francisco Resende, da Embrapa Hortaliças, a oferta de frutas orgânicas ainda é restrita porque “falta estímulo para os produtores”. Ele explica que a plantação de frutas é um investimento de longo prazo porque converter a terra de produção convencional para orgânica leva dois anos e o resultado do plantio também é mais demorado.

No caso das hortaliças, carro-chefe dos orgânicos, a conversão demora um ano e é possível ter resultados em 30 dias, segundo ele.

Fonte: Agência Brasil