Pré-sal não prejudica metas de redução de emissões, garante Gabrielli

“Antes de mais nada, estamos trabalhando para atender a uma demanda pelo combustível”, disse Gabrielli (Foto: Agência Petrobras de Notícias/Divulgação) O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, negou que os […]

“Antes de mais nada, estamos trabalhando para atender a uma demanda pelo combustível”, disse Gabrielli (Foto: Agência Petrobras de Notícias/Divulgação)

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, negou que os investimentos na exploração do pré-sal estejam na contramão das metas de redução das emissões de gases de efeito estufa anunciadas pelo governo federal. A declaração foi dada na terça-feira (1º), em seminário na Universidade de São Paulo (USP). O governo brasileiro anunciou que, até 2020, o país deve reduzir de 36,1% a 38,9% as emissões.

“Antes de mais nada, estamos trabalhando para atender a uma demanda pelo combustível”, disse. “Além do mais, estamos investindo também no aumento da produção de energia limpa e renovável, como o biodiesel e o etanol”. Na entrevista coletiva realizada no intervalo do seminário de abertura do ciclo Pré-sal na USP, Gabrielli falou sobre a atuação da companhia no pré-sal.

Em entrevistas anteriores, ele havia afirmado que há projetos para que o gás carbônico produzido nos futuros campos do pré-sal seja reinjetado nos próprios reservatórios para aumentar o fator de recuperação. E que o processo de refino tem avançado nos últimos anos, minimizando outras emissões.

Em sua palestra, ele destacou a situação confortável da Petrobras em relação às demais empresas petrolíferas. “Não há grande companhia no mundo que tenha produção, refino e mercado consumidor tão próximos, como ocorre no Brasil, colocando o país em vantagem”.

Gabrielli afirmou que a exploração no pré-sal não tem apresentado grandes dificuldades do ponto de vista tecnológico e que o baixo risco exploratório da fronteira pré-sal é um dos motivos do novo marco regulatório, discutido atualmente no Congresso Nacional. Se aprovado, haverá três novos modelos de exploração no país.

O de concessão, para campos fora da região do pré-sal; de partilha de produção, no qual o governo terá maior controle da produção e cessão onerosa. Nesta última, o governo federal poderá ceder à Petrobras o direito de explorar, por sua conta e risco, em determinadas áreas do pré-sal, sem licitação, até 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural. Para as áreas já licitadas, não haverá qualquer alteração com a aprovação do novo modelo.

Gabrielli finalizou sua apresentação defendendo o projeto que prevê a Companhia como operadora única das áreas do pré-sal. “A Petrobras é atualmente a maior operadora do mundo em águas profundas, com 22% de participação. Ao controlar a operação, a Companhia mantém o conhecimento adquirido com os campos do pré-sal no país, o que é fundamental do ponto de vista estratégico”.

Participaram também do evento o presidente da Transpetro, Sérgio Machado; o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), Carlos Tadeu Fraga; o diretor da Escola Politécnica (POLI/USP), Ivan Falleiros; o coordenador do TPN e professor Kazuo Nishimoto; e o professor do programa de pós-graduação em energia da USP, Ildo Luis Sauer; além de Nebojsa Nakicenovic, diretor do Global Energy Assessment, da Áustria, e James L. Williams, do WTRG Economics, dos Estados Unidos.