Meirelles vê margem de expansão da capacidade instalada

“Há um processo de recuperação”, afirmou o presidente do Banco Central (Foto: Antonio Cruz/ABr) São Paulo – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (27) que o […]

“Há um processo de recuperação”, afirmou o presidente do Banco Central (Foto: Antonio Cruz/ABr)

São Paulo – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (27) que o nível de utilização da capacidade instalada no país está crescendo sistematicamente, mas ainda em patamares abaixo de 2008. Com isso, argumentou, “temos margem de crescimento”.

O ritmo de redução da ociosidade do setor industrial brasileiro vem sendo monitorado atentamente por agentes do mercado, uma vez que uma queda muito brusca, em um cenário de demanda aquecida, pode gerar pressões inflacionárias, o que tende a ser combatido com alta de juros.

Durante evento sobre crédito em São Paulo, Meirelles disse que os investimentos ainda estão maturando e há projetos sendo retomados no país. “Há um processo de recuperação”, afirmou. A mesma observação foi usada ao citar o comportamento da produção industrial do país.

A retomada dos investimentos é um ponto importante porque amenizaria eventuais pressões sobre os preços decorrente de uma retomada da utilização da capacidade instalada mais rápida.

No que diz respeito a outros indicadores, o presidente do BC mostrou um cenário mais positivo, com destaque para o restabelecimento rápido do crédito, retomada do emprego a níveis pré-crise e crescimento da massa salarial. “Isso de fato ancorou o crescimento”, disse, citando a evolução da renda.

Meirelles também atribuiu a expansão do varejo ao comportamento do crédito e da renda. Em sua exposição para mostrar que o Brasil saiu da crise com bastante impulso, o presidente do BC ainda citou as projeções das instituições financeiras contidas no relatório Focus, mostrando que as estimativas para o IPCA em 2010 estão no centro da meta e os prognósticos para o PIB em trajetória crescente.

Expansão saudável do crédito

O presidente do BC destacou que o crescimento da economia é uma oportunidade para a expansão do crédito, à medida que há redução do risco, confiança crescente e aumento dos investimentos tanto em produção como em infraestrutura – com eventos como pré-sal, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Olimpíadas

Meirelles, no entanto, enfatizou a necessidade de que se trate de uma expansão “saudável” do crédito, “sem a criação de bolhas ou situações que possam gerar problemas no futuro”.

Segundo ele, há necessidade de macrogerência, com políticas econômicas responsáveis, como a manutenção do câmbio flutuante e relação cadente da dívida pública em relação ao PIB, mas também uma microgerência, com crédito bem administrado. “Crédito mal concedido gera problemas à frente”, afirmou.