Conab prevê safra de grãos 2009/2010 4,8% maior

Colheita de soja em fazenda de Rondonópolis. Sem problemas climáticos, safra pode se aproximar do recorde de 144,1 milhões de toneladas (Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil) O clima favorável deve contribuir […]

Colheita de soja em fazenda de Rondonópolis. Sem problemas climáticos, safra pode se aproximar do recorde de 144,1 milhões de toneladas (Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

O clima favorável deve contribuir para que a safra de grãos que se iniciou em agosto e vai até o final de julho do próximo ano supere a anterior em até 6,5 milhões de toneladas. O primeiro levantamento do ciclo 2009/2010 – feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado quarta-feira (7) – estima uma colheita entre 139 milhões e 141,6 milhões de toneladas, um crescimento de 2,9% a 4,8% em relação aos 135,1 milhões de toneladas da safra passada.

O aumento na produção se deve à recuperação da produtividade, à medida que a área plantada deve ficar entre 47,35 milhões e 48,06 milhões de hectares, variação de -0,7% a 0,7% em comparação à do ciclo 2008/2009, quando a estiagem nos estados do Sul do país causaram muitas perdas, principalmente nas culturas de milho e soja.

“Nossa expectativa é de que não tenhamos tantos problemas climáticos como no ano passado. Isso ajuda o Brasil a se aproximar do recorde de 144,1 milhões de toneladas”, disse o presidente da Conab, Wagner Rossi, por meio de nota. Para ele, o baixo preço do milho no mercado deve fazer com que parte dos agricultores troque o plantio do cereal por lavouras de soja, que podem bater o recorde de produção.

A estimativa da Conab é de que a área com soja cresça de 2,6% a 4,2%, podendo chegar a 22,65 milhões de hectares, quase metade de toda a extensão destinada à plantação de grãos. A produtividade média deve subir 6,3%, alcançando 2.794 quilos por hectare e gerando uma colheita entre 62,26 milhões e 63,27 milhões de toneladas, um aumento de até 10,8%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 18 de setembro nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, como o plantio começa em dezembro, a Conab considerou os dados de área da safra anterior e a produtividade média dos cinco últimos anos, descartanto anos atípicos.

IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, também nesta quarta-feira, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 134,1 milhões de toneladas em 2009. O montante representa 8,1% a menos do em 2008, quando a colheita alcançou o recorde de 140 milhões de toneladas.

A diferença entre os dados divulgados pelo IBGE e pela Conab se deve aos períodos avaliados. O IBGE analisa a colheita de janeiro a dezembro, enquanto a Conab se baseia no chamado ano-safra, que vai de agosto a julho.

O aumento da produção agrícola previsto em setembro, de 0,5% em relação ao total de 133,5 milhões de toneladas estimado em agosto, deve-se às reavaliações positivas ocorridas com o milho segunda safra em Goiás, uma vez que os cultivos de inverno, com destaque para o trigo, registraram redução.

Segundo o IBGE, as três principais culturas – soja, milho e arroz –, que respondem por 81,3% da área plantada, apresentaram em setembro variações positiva de 2,1%, negativa de 4,5%, e positiva de 0,9%, respectivamente, em relação ao ano passado.

A safra de grãos esperada para 2009 tem a seguinte distribuição em relação à do ano anterior: Região Sul, com 53 milhões de toneladas (queda de 13,6%); Centro-Oeste, com 48,8 milhões de toneladas (crescimento de 4%); Sudeste, com 16,9 milhões de toneladas (queda de 3,9%); Nordeste, com 11,7 milhões de toneladas (queda de 6,4%); e Norte, com 3,8 milhões de toneladas (aumento de 0,3%).

De acordo com o IBGE, a safra canavieira deve somar 690,2 milhões de toneladas, 0,9% inferior à produção informada em agosto. A retração se deve, segundo o instituto, a reavaliações de rendimento em Goiás. A colheita está sendo prejudicada pelo excesso de chuvas. Com esse atraso, pode não haver tempo suficiente para processar toda a cana-de-açúcar disponível, ficando parte da área para ser colhida no próximo ano.

Fonte: Agência Brasil