Brasil comprará 3mi t de trigo fora do Mercosul em 2010

São Paulo – O Brasil terá que importar cerca de 3 milhões de toneladas de trigo de países de fora do Mercosul no ano que vem, devido a safras menores […]

São Paulo – O Brasil terá que importar cerca de 3 milhões de toneladas de trigo de países de fora do Mercosul no ano que vem, devido a safras menores no país e na Argentina, disse o presidente do Conselho Deliberativo da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), Luiz Martins.

O volume, se confirmado, representaria um aumento expressivo na comparação com as compras fora do bloco comercial já realizadas este ano, segundo Martins, que não deu números específicos para os negócios de 2009.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Brasil importou de janeiro a setembro deste ano menos de 400 mil toneladas de Estados Unidos e Canadá, os dois países que costumam fornecer o produto para o Brasil quando há uma oferta menor na Argentina, responsável pela maior parte das vendas aos moinhos brasileiros.

“Que a gente consiga importar 2 milhões de toneladas da Argentina. Mais 5 milhões de toneladas da produção no Brasil, são 7 milhões. Vai ter que comprar 3 milhões em outro lugar”, afirmou Martins em entrevista à Reuters, antes da abertura do 16o. Congresso Internacional do Trigo.

O Brasil tem contado ainda ultimamente com o produto do Uruguai e do Paraguai, mas este último, também integrante do Mercosul, foi afetado por chuvas, assim como a safra do Paraná, principal Estado produtor brasileiro.

Martins disse que ainda não é possível falar sobre o volume perdido com as chuvas no Paraná, mas disse que a qualidade está ruim.

“O que temos visto de ‘falling number’ é uma coisa assustadora”, declarou ele, referindo-se a uma das características do trigo considerada para a produção de farinha.

O mercado estima que boa parte da produção do Paraná, estimada pelo Estado em 2,6 milhões de toneladas, contra 3,2 milhões do ano passado, deve ser de qualidade inferior e destinada à produção de ração.

Fonte: Reuters