Pré-sal deve privilegiar menor IDH, diz governador da Bahia

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), acha que os Estados e municípios produtores devem ficar com 10% do montante

Brasília – O uso dos recursos de royalties e participação especial obtidos com a exploração do petróleo na camada pré-sal deve contemplar mais os Estados e municípios menos desenvolvidos, afirmou nesta quarta-feira (23) o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).

Para ele, os Estados e municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) deveriam receber um maior volume de recursos. “Deveremos ter uma divisão proporcional à população e inversamente proporcional ao IDH de municípios e Estados”, afirmou o governador durante seminário sobre o novo modelo do setor.

“Devemos até ser mais ousados para estar utilizando uma descoberta brasileira para combater a desigualdade social”, complementou.

Em entrevista coletiva concedida depois, Wagner foi além. Disse que os Estados produtores não devem ter nenhuma prioridade na distribuição dos recursos.

“O meu ponto de partida é sem privilégio, porque não reconheço dano ambiental nem dano social futuro. Por que um Estado que está a 70 ou 300 quilômetros do poço que está produzindo tem que receber (mais)?”, disse a jornalistas.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), acha que os Estados e municípios produtores devem ficar com 10% do montante.

Ele destacou, entretanto, que concorda com a proposta de aplicar mais recursos nos locais menos desenvolvidos. Sua tese é que os recursos sejam distribuídos de acordo com as fatias do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos Estados (FPE), o que respeitaria esse critério.

“Não aceitamos a velha regra para a nova exploração”, destacou a jornalistas.Representando os Estados produtores, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), rebateu. Para o peemedebista, as regras atuais devem ser mantidas, já que os quatro projetos de lei enviados pelo governo ao Congresso para regulamentar a exploração da camada pré-sal não tratam do assunto.

“Não houve proposta de mudança da Constituição. Então, os Estados produtores terão de ter um tratamento diferenciado”, alegou.

Fonte: Reuters