Melhora do emprego em agosto mostra recuperação, diz Dieese

Desocupação cai em agosto. Aquecimento da economia no segundo semestre é preparativo para Natal, mas é surpresa em ano que começou em crise, avalia economista do Dieese

A taxa de desemprego caiu de 15% em julho para 14,6% em agosto, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira (30), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese) e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

De acordo com os dados da PED, que usa dados de seis regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal), o nível de emprego aumentou 0,7% em agosto, com a criação de 125 mil novas ocupações. Os novos postos foram ocupados por 46 mil pessoas que ingressaram no mercado de trabalho e 79 mil que estavam desempregados.

“A indústria ainda não apresenta recuperação, mas deixou de puxar o nível de emprego para baixo” – Sérgio Mendonça

Segundo Sérgio Mendonça, supervisor técnico da PED, o aquecimento da economia no segundo semestre é normal, só não era esperado num ano considerado de crise. “O destaque é que se confirma essa sazonalidade num ano que não é normal, em função da crise. Os dados sinalizam a recuperação da economia.”

De acordo com o especialista, outro dado relevante é um aumento na massa de rendimentos. Em comparação com julho de 2008, o rendimento médio cresceu 1,1%. “Isso sustenta o nível de consumo das regiões metropolitanas. É um dado impressionantemente positivo”.

Os setores de serviços e construção civil puxaram a geração de empregos, enquanto a indústria deixou de contribuir negativamente. “A indústria ainda não apresenta recuperação, mas deixou de puxar o nível de emprego para baixo”, aponta Mendonça.

O nível de emprego na construção civil cresceu 14,9% em relação a agosto de 2008. “É como se não tivéssemos passado por uma crise nesse setor”, afirma o economista.  Já o setor de serviços registrou alta de 2% no nível contratações, o que é muito positivo por se tratar da área responsável por mais da metade dos empregos nas seis regiões da PED. “Atualmente é o setor que sustenta o nível de emprego da economia”, analisa Mendonça.