Analistas apontam problemas de emprego nos EUA e ‘fundo do poço’ na Europa

Emprego segue crítico no país de Barack Obama, enquanto a União Europeia ainda convive com retração de alguns setores

A pior fase da crise econômica nos Estados Unidos e na Europa deve ter passado, apontam pesquisa e análise do Banco Central Europeu. Enquanto os norte-americanos já superaram a recessão, na visão de economistas de mercado, o mercado de trabalho deve demorar a se recuperar de fato. Na Europa, a análise é de que deve haver desenvolvimento econômico no próximo ano.

Na análise de economistas consultados na pesquisa Blue Chip Economic Indicators de setembro, o cenário de emprego deve seguir desanimador em 2010, apesar de a pior fase do mercado de trabalho ter se encerrado nos Estados Unidos.

Segundo os dados do levantamento, a expectativa dos economistas é de que a taxa de desemprego atingirá ao menos 10% no começo de 2010 para então “recuará a partir deste nível com relutância durante a segunda metade do ano”.

Mais de 80% dos 52 analistas consultados afirmam que a recessão iniciada em dezembro de 2007 terminou. Eles esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça na taxa anual de 3% no terceiro trimestre de 2009 e 2,4% no quarto. O resultado significa melhora na expectativa dos entrevistados, já que na edição anterior a previsão de crescimento do PIB era de 2,2% e 2,3% em cada um dos períodos.

Para o ano como um todo, a projeção permanece de retração de 2,6%, mesmo índice aferido em julho e agosto. Em 2010, haveria expansão de 2,4%, segundo a pesquisa.

Na semana passada, o Departamento de Trabalho do país divulgou taxa de desemprego a 9,7% em agosto, nível mais alto desde junho de 1983. Os empregadores norte-americanos fecharam 216 mil vagas, menor corte desde agosto de 2008.

A retomada do crescimento econômico no segundo semestre de 2009 está baseada no reabastecimento dos estoques, atualmente em níveis mínimos. A reação é resultado de modesta recuperação dos gastos do consumidor – que representam um terço da atividade econômica do país – e na melhora dos investimentos residenciais, segundo pesquisa.

A venda de veículos leves, incentivada pelo programa do governo de promover troca de carros velhos. O governo ofereceu aos consumidores até US$ 4.500 para trocar modelos antigos por novos, mais eficientes.

Zona do euro

A economia da zona do euro atingiu seu ponto mais baixo diante da crise, segundo Erkki Liikanen, membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), nesta quinta-feira. “Na zona do euro, parece que o fundo do poço foi alcançado e que algum desenvolvimento positivo está à vista dentro de um ano”, afirmou ele à rede MTV3.

Com informações da Reuters