Paulo Bernardo prevê expansão de 5% do PIB em 2010

Mantega espera classificação de grau de investimento pela agência Moody's em setembro

Paulo Bernardo, ao chegar para a reunião do Conselho Monetário Nacional (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, traçou nesta quarta-feira (26) uma perspectiva mais otimista que a do mercado para a economia brasileira. Enquanto ele acredita em 5% de crescimento em 2010, instituições financeiras consultadas pelo Banco Central no Boletim Focus esperam avanço de 4% na economia. 

Bernardo disse também que o governo vai liberar o máximo que for possível de verbas do Orçamento para emendas parlamentares. As declarações foram feitas após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a agência de classificação de risco Moody’s deve conceder grau de investimento ao Brasil em setembro. “A Moody’s nos dá sinais de que vai nos promover a investment grade… Provavelmente em setembro”, disse a jornalistas ao chegar ao ministério em Brasília.

Outras duas agências de classificação, Standard & Poor’s e Fitch, já avaliam o Brasil como grau de investimento, nota concedida a economias consideradas mais seguras para investimentos.

Fonte da Fazenda informou à agência Reuters que Mantega conversou recentemente com autoridades da Moody’s que sinalizaram um upgrade iminente. “É bom que aconteça logo depois da crise, porque eles (Moody’s) tiveram a oportunidade de ver o Brasil ter sido posto à prova”, acrescentou o ministro a jornalistas.

A classificação permite que fundos estrangeiros legalmente proibidos de aplicar recursos em países onde há riscos mais altos. Pela Moody’s, o Brasil é classificado como “Ba1”, um nível abaixo do grau de investimento. Em julho, a agência anunciou ter colocado a nota soberana do país em perspectiva positiva.

Consultada, a instituição informou por meio de sua assessoria de imprensa que o conselho da Moody’s deve se reunir até o final de setembro para deliberar sobre o assunto.

Mais cedo, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse ter “convicção de que os fundamentos brasileiros são de grau de investimento e que possivelmente isso possa ser reconhecido neste momento”.

“Mas está é uma decisão da agência que a gente respeita e vai aguardar com toda tranquilidade”, acrescentou o secretário ao ser questionado por jornalistas sobre quando a Moody’s poderia elevar a nota brasileira.

Com informações da Reuters