Mantega: Brasil e EUA acham cedo para deixar estímulos

Ministro brasileiro e secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, concordam que sinais de recuperação ainda não são o suficiente

Foto de Arquivo: Guido Mantega em coletiva em Brasília ( Foto: Wilson Dias/ABr)

Washington – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (5) que ele e o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, concordam que é muito cedo para reduzir os estímulos econômicos, apesar dos sinais de recuperação.

A economia norte-americana deve começar a crescer de novo neste terceiro trimestre, enquanto o Brasil já se expandiu no segundo trimestre, disse Mantega.

“Fizemos uma avaliação sobre o cenário global e concluímos que estamos deixando a crise para trás”, afirmou Mantega a jornalistas em Washington, após encontro com Geithner. Mas, acrescentou que isso não é suficiente para reduzir os estímulos econômicos, como sugerem alguns analistas.

“Nós concluímos que precisamos manter as políticas anticíclicas.”

O ministro argumentou que, apesar do custo dessas políticas, as finanças públicas sofreriam mais com a crise sem qualquer estímulo.

No Brasil, acrescentou, o PIB seria 1,5 a 2,0 pontos percentuais menor sem as políticas anticíclicas.

Mantega disse que vai assegurar aos investidores norte-americanos que, apesar dos custos oriundos das medidas contra a crise, o Brasil vai continuar reduzindo a relação dívida/PIB a partir de 2010.

Questionado sobre a preocupação de investidores com uma possível saída do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para uma carreira política, Mantega disse que as políticas do BC não mudariam.

“As políticas do Banco Central seguirão a mesma direção com ou sem o presidente Meirelles. O Banco Central tem que seguir suas metas de inflação, prover liquidez etc”, afirmou Mantega, acrescentando que não está claro se Meirelles vai concorrer às eleições de 2010.

Fonte: Reuters

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