Consumidor não pagará por acordo de Itaipu, afirma Bernardo

Marco Aurélio Garcia considera que proposta aceita pelo Paraguai desatou um nó na relação com o vizinho

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (Foto: Wilson Dias/ABr)

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reafirmou nesta segunda-feira (27) a determinação do governo de assumir o ônus pela revisão do acordo com o Paraguai sobre a hidrelétrica de Itaipu. “Não vai ter aumento de preço de tarifa. A determinação é que isso não vai ter impacto para o consumidor”, disse o ministro a jornalistas.

A proposta apresentada pelo Brasil ao Paraguai e ratificada durante o fim de semana prevê que triplique o valor repassado anualmente ao governo de Fernando Lugo pela energia excedente de Itaipu (passando de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões). Além disso, os paraguaios têm a opção de vender a energia no mercado livre brasileiro, mudando a opção atual,  que é de apenas comercializar com a Eletrobrás.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, “o dinheiro sairá do cálculo que se estabelece para a cobrança da dívida que a Itaipu Binacional constitui no exterior e em bancos nacionais. Vai-se procurar ajustar os juros aos juros internacionais, de tal forma que essa diferença, se houver, possa ser repassada para o governo do Paraguai.” A previsão é que o Paraguai quite, em 2023, a dívida com o Brasil por causa da construção, estimada em US$ 19,6 bilhões.

Vizinho

Depois da reunião semanal de ministros, Paulo Bernardo relatou que o presidente Lula considera ter subido um degrau na relação com o vizinho e que o objetivo do governo é realizar projetos de desenvolvimento na América Latina.

No Rio de Janeiro, o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, manifestou que o acordo normaliza as relações entre os dois países, que “sofriam um certo desgaste”.

“Sempre se quer mais. Mas essa foi uma proposta aceita pelo Paraguai e a última que ele fez ao Brasil”, afirmou. “Acho que desatamos um nó que havia até então”, completou. Garcia confirmou que os detalhes técnicos serão estudados pelas duas partes ao longo dos próximos 60 dias e reiterou que não haverá repasse para o consumidor.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil

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