Sociedade e sindicatos devem pressionar para que juros caiam ainda mais, diz economista

Copom reduz a taxa básica de juros do Brasil pela 5° vez consecutiva

O Banco Central reduziu em meio ponto percentual a taxa básica de juros brasileira, confirmando a tendência de queda dos últimos meses.

Com o corte desta quarta-feira (22), a Selic passa de 9,25% ao ano para 8,75%. É a quinta queda seguida dos juros, que já são os mais baixos da história do país.

Segundo a economista Marilaine Teixeira, da Confederação dos Químicos, a redução da Selic é um importante passo para o reaquecimento definitivo da economia brasileira: “A taxa de juros é fundamental, por um lado ela possibilita que as empresas continuem tendo acesso a crédito para financiar suas atividades produtivas com recurso mais barato e por outro lado a sociedade como um todo, consumidores de uma forma geral, eles também podem ter acessos a recursos para financiar suas compras.”

Marilaine Teixeira afirma também que é preciso garantir que a queda dos juros seja repassada de fato aos consumidores de crédito.

“Depende da sociedade e do movimento sindical, além de ficar comemorando e saudando a iniciativa do Banco Central de continuar a reduzir a Selic. Fazer pressão para que as instituições financeiras e os bancos reduzam o spread bancário e possam colocar na sociedade dinheiro mais barato “, diz Teixeira.

Segundo a economista, é necessário pressionar o Banco Central e as instituições financeiras para uma redução real do spreed bancário no país. Para ela ainda há espaço para novos cortes na taxa de juros.

O Comitê de Política Monetária, que define a taxa Selic, se reúne novamente entre os dias 01 e 02 de Setembro.

CUT

Central Única dos Trabalhadores emitiu uma nota comentando a queda dos juros.

 

“Irrisória queda atende os interesses do capital especulativo 

Como sempre, o Banco Central e o Copom estão aquém dos esforços dos setores produtivos da sociedade brasileira no enfrentamento da crise.

A irrisória queda na Selic anunciada hoje atende os interesses do capital especulativo, o mesmo cujas aventuras jogaram a economia internacional no impasse em que se encontra.

Voltamos a cobrar que o Conselho Monetário Nacional, que incide sobre as decisões do Copom, seja composto também por representantes dos trabalhadores e do setor produtivo em geral, como forma de incluir metas de geração de empregos e de crescimento na condução da política econômica.

Esta continua sendo uma pauta de nossa Central, que ganhará as ruas, junto com os movimentos sociais, no próximo dia 14 de agosto, na Jornada Nacional Unificada de Lutas. Sempre em defesa dos empregos dos brasileiros, dos salários e dos direitos.”

Artur Henrique, presidente nacional da CUT