Emprego cresce, mas arrecadação do governo cai

País contrata mais trabalhadores do que demite, mas receita pública tem sexta queda consecutiva

O Brasil apresentou, pelo terceiro mês seguido, aumento do nível de emprego segundo os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), divulgados na segunda-feira (18) pelo ministro do Trabalho Carlos Lupi. Foram 1,35 milhão de trabalhadores contratados diante de 1,24 milhão de demitidos. A arrecadação pública trimestral, porém, apresentou a sexta queda consecutiva.

Segundo o coordenador-geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Lettieri, o ritmo de queda diminuiu, o que pode indicar o começo de uma recuperação, embora ainda seja cedo para falar que a pior fase da crise tenha passado. Se forem levadas em consideração apenas as receitas administradas pela Receita, a arrecadação fechou abril com queda real (descontada a inflação pelo IPCA) de 6,48% na comparação com o mesmo mês de 2008. O pior resultado havia sido registrado em fevereiro, quando a queda mensal chegou a 11,13%, também em termos reais.

Lettieri ressalta ser necessário esperar a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre e o resultado da arrecadação em maio para confirmar a tendência. Além disso, é preciso considerar o resultado das desonerações de alguns setores promovidas pelo governo federal.

O conjunto dos indicadores levou o ministro da Economia Guido Mantega a afirmar que, apesar de poder ter havido recessão técnica no primeiro trimestre, quer dizer, três meses seguidos de retração da economia, já há sinais de que o país vai fechar o ano com crescimento positivo. “Tem gente que fica dizendo que vai ter recessão técnica”, mas o que interessa é o que está ocorrendo agora no país, no mês de maio de 2009, disse o ministro. “Já estamos nos recuperando em todas as frentes.”

Emprego

Segundo Lupi, o país deve gerar “mais de um milhão de novas vagas” ao longo de 2009. Ele projetou ainda um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2% a 2,5% no ano. “O principal sintoma de recuperação da economia é a empregabilidade. Onde há crescimento econômico há crescimento do número de vagas”, justificou.

No ano, é a primeira vez em que o número de novos empregados ultrapassa o de demitidos. Até então, o saldo de contratações era negativo.

Com informações da Agência Brasil