Vergonha internacional

DiCaprio rebate fake news de Bolsonaro sobre queimadas na Amazônia

Em comunicado, ator afirmou que "o futuro destes ecossistemas insubstituíveis está em jogo", dizendo ter "orgulho de estar ao lado dos grupos que os protegem"

Christopher William Adach/CC BY-SA 2.0
Christopher William Adach/CC BY-SA 2.0

 

São Paulo – O ator Leonardo DiCaprio rebateu a acusação sem provas feita pelo presidente Jair Bolsonaro de que estaria colaborando com as queimadas na Amazônia.

Em comunicado divulgado às agências Associated Press e Reuters, ele disse que “apesar de merecerem apoio, nós não financiamos as organizações”. DiCaprio elogiou “o povo brasileiro que trabalha para salvar sua herança cultural e natural” e afirmou que “o futuro destes ecossistemas insubstituíveis está em jogo”, dizendo ainda ter “orgulho de estar ao lado dos grupos que os protegem”.

Bolsonaro fez a declaração sobre o ator ao sair do Palácio da Alvorada na sexta-feira (29). “Quando eu falei que há suspeitas de ONGs, o que a imprensa fez comigo? Agora, o Leonardo DiCaprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia”, falou à imprensa.

Antes, Bolsonaro havia feito referência a DiCaprio por meio de transmissão via Facebook. “O pessoal da ONG, o que eles fizeram? O que é mais fácil? Botar fogo no mato. Tira foto, filma, a ONG faz campanha contra o Brasil, entra em contato com o Leonardo DiCaprio, e o Leonardo DiCaprio doa 500 mil dólares para essa ONG. Uma parte foi para o pessoal que estava tocando fogo, tá certo? Leonardo DiCaprio tá colaborando aí com a queimada na Amazônia, assim não dá.”

Ao falar do “pessoal da ONG”, o presidente se referia aos quatro brigadistas do projeto Saúde e Alegria, presos de forma arbitrária na região de Alter do Chão, no Pará, e apontados pela Polícia Civil do estado como suspeitos de atear fogo na floresta para obter doações. Contudo, segundo o Ministério Público não há indícios do envolvimento deles e os investigados principais são grileiros da região.

Após a repercussão negativa, o governador Elder Barbalho (MDB) afastou o chefe da investigação, delegado Fabio Amaral, e a Justiça mandou que os brigadistas fossem libertados.