'mais de 500 cargos'

Áudio revela que Queiroz continua na ativa: “20 continho caía bem”

Investigado pelo Ministério Público, ex-assessor de Flávio Bolsonaro ainda faz indicações políticas e capta comissões em dinheiro

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Queiroz ainda demonstra conhecer o funcionamento do gabinete de Flávio Bolsonaro e sugere que o interlocutor poderia procurar parlamentares que frequentam o local para tratar de nomeações

São Paulo –Reportagem publicada nesta quinta-feira (24) pelo jornal O Globo revela, a partir de áudio de WhatsApp, que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro – senador pelo PSL e filho do presidente Jair Bolsonaro – continua com “capital político” no Rio de Janeiro, e é consultado sobre nomeações no Legislativo. Na conversa, o ex-assessor diz como proceder para fazer indicações políticas em gabinetes de parlamentares e indica a um interlocutor como montar um esquema ilegal de caixa dois em gabinetes parlamentares e orienta que se tome cuidado para não envolver a família do presidente. Ao fim da conversa, ele sugere uma comissão para o clã Bolsonaro.

“Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada. 20 continho aí para gente caía bem”, disse o ex-policial, no áudio, que ainda descreve o gabinete de Flávio, no Senado, como um lugar muito demandado por parlamentares

Procurado pelo O Globo, Queiroz admitiu, por nota, que mantém a influência por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”. Entretanto, ainda nas conversas, o ex-assessor demonstra conhecer o funcionamento do gabinete de Flávio Bolsonaro e sugere que o interlocutor poderia procurar parlamentares que frequentam o local para tratar de nomeações.

Fabrício Queiroz é investigado pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) por prática da rachadinha, quando assessores parlamentares comissionados devolvem parte dos salários ao parlamentar titular. Ele fez parte no gabinete de Flávio, na Assembleia Legislativa do Rio de Janerio (Alerj) entre 2007 e 2018 e, no período, emplacou sete parentes na estrutura.

Queiroz já admitiu, em depoimento entregue ao MP-RJ, ter um papel que possibilitava indicações no gabinete de Flávio, quando era deputado. Nessa função, ele foi o responsável pelas contratações de Danielle Nóbrega e Raimunda Veras Magalhães no gabinete do filho de Bolsonaro. Elas são, respectivamente, ex-mulher e mãe do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, denunciado como líder de uma milícia que atuava na zona oeste do Rio.

* Com informações do jornal O Globo

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