Mercado de Trabalho

Taxa de desemprego diminui, mas por aumento da informalidade, que bate recorde

Segundo IBGE, desemprego caiu para 11,8% e atingiu 12,6 milhões de pessoas no trimestre. Trabalhadores sem carteira e "por conta" chegam à casa dos 38 milhões

Pedro Vidal/Agência IBGE Notícias
Pedro Vidal/Agência IBGE Notícias
Desemprego cai em julho, mas informalidade bate recorde, ampliada em função da falta de oportunidade no mercado formal

São Paulo –Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (30) mostra que a taxa de desemprego recuou no país, mas devido à criação de vagas no mercado informal, que bateu novo recorde. No trimestre encerrado em julho, a taxa de desocupação caiu para 11,8%, o que representa 12,6 milhões de pessoas desempregadas, contra 12,5% no trimestre imediatamente anterior (fevereiro a abril de 2019). Por sua vez, o número de trabalhadores empregados sem carteira assinada atingiu 11,7 milhões no período, enquanto os trabalhadores por conta própria sem CNPJ chegaram a 24,2 milhões.

O nível de informalidade dos trabalhadores ocupados é recorde dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), iniciada no primeiro trimestre de 2012. A condição, prejudicial ao trabalhador, já atinge 38,683 milhões de pessoas, o que corresponde a 42,3% da população economicamente ocupada do país. No chamado trimestre móvel de fevereiro, março e abril, esse percentual era de 41,3%.

São considerados informais as pessoas empregadas no setor privado sem registro na carteira, trabalhadores domésticos também sem carteira, trabalhadores “por conta própria” sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes e amigos.

“Desde o início da crise econômica a inserção por conta própria vem sendo ampliada em função da falta de oportunidade no mercado formal. Um dos sinais de recuperação do mercado de trabalho, dada experiências em crises anteriores, é a redução desta forma de inserção, que atingiu o nível mais alto neste trimestre”, explicou o gerente da PNAD Contínua, Cimar Azeredo.

Nos meses de maio, junho e julho, foram criados apenas 10 mil postos de trabalho regulares. O número de empregados no setor privado com carteira assinada marcou 33,1 milhões, marca considerada estável pelo instituto, em comparação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.

Com o aumento no número de postos sem carteira cai também média salarial da população. Segundo o IBGE, o rendimento médio real habitual do trabalhador chegou a R$ 2.286, contra  R$ 2.311 nos três meses antes.  O número de empregados no setor privado com carteira assinada marcou 33,1 milhões, estável em comparação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.

A força de trabalho total – a soma das pessoas ocupadas e desocupada – é também a maior da série histórica, estimada em 106,2 milhões: um aumento de 610 mil pessoas (0,6%) quanto ao trimestre anterior e de 2 milhões (1,9%) no mesmo período do ano passado.