Mais boicote

Siemens avisa que não fará negócios com mineração em terras indígenas

Em resposta a uma rede de organizações ambientais e de direitos humanos, multinacional diz estar "atualizada" sobre os planos de Bolsonaro na Amazônia

Ricardo Teles/Portal Brasil.gov.br
Ricardo Teles/Portal Brasil.gov.br
A mineração é um dos setores para o qual a Siemens fornece equipamentos e tecnologia

São Paulo – A multinacional alemã Siemens anunciou hoje (31) que não pretende operar em áreas indígenas, onde Jair Bolsonaro (PSL) planeja autorizar a abertura de garimpos, a ser explorada em parceria com os Estados Unidos.

Empresa fornecedora de equipamentos e tecnologia para os setores de geração de energia, automotivo, proteção ambiental, infraestrutura pública, saúde, papel, celulose e metalurgia, atua também no setor de mineração.

“O respeito pelos direitos humanos é um princípio central da Siemens, em todo o mundo”, diz o comunicado da assessoria de imprensa do grupo alemão divulgado hoje por meio de sua conta oficial no Twitter.

O posicionamento do conglomerado, um dos que mais lucraram com o nazismo – exploração de mão de obra nos campos de concentração, venda de venenos para combater piolhos e mais tarde, nas câmaras de gás – responde à carta enviada por Michael Reckordt, que coordena uma de organizações ambientais de direitos humanos.

Na carta, as entidades pedem que nenhum equipamento seja fornecido para atividades de mineração em territórios indígenas no Brasil, porque Bolsonaro, que tem grande responsabilidade na “destruição do meio ambiente e do clima mundial”, pretende ainda atacar de modo brutal as terras dos povos originários do Brasil.

As organizações ainda destacam que as comunidades indígenas brasileiras estão entre os melhores manejadores e mantenedores de grandes florestas e da biodiversidade. “Proteger os direitos dos indígenas à terra é mais que uma questão de direitos humanos. É urgência”.